O Cazaquistão tem enfrentado uma forte onda de protestos nos últimos dias. Na tentativa de reprimir essas manifestações, o presidente do país, Kassym-Jomart Tokayev, afirmou nesta sexta-feira (07) ter dado ordem para que as forças de segurança atirem nos manifestantes para matar.
“Dei ordem para atirar para matar sem aviso prévio. Os terroristas continuam danificando propriedade e usando armas contra os cidadãos. As forças de ordem estão trabalhando duramente e a ordem constitucional já foi retomada em quase todas as regiões”, disse Tokayev em pronunciamento oficial transmitido pela televisão local.
De acordo com as informações, os protestos no país começaram no último domingo (02) nas regiões petrolíferas. O motivo: o aumento no preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), que é usado tanto nas residências como nos veículos. Hoje, essas manifestações já estão espalhadas por todo o país e abordando outras pautas.
Segundo o chefe do Executivo do Cazaquistão, as operações das forças armadas irão continuar até o momento em que for atestada a “destruição total dos militantes”.
Mortes no Cazaquistão
Nesta sexta, outra a comentar sobre os protestos foi o Ministério do Interior, que chamou as manifestações de “crime armado”. Segundo a pasta, até o momento, 26 pessoas morreram e 18 ficaram feridas por conta das ações. Hoje, informou a agência estatal russa de notícias “Tass”, a pior situação no Cazaquistão é registrada na cidade de Almaty. Por lá, informou a publicação, é possível ver um cenário de guerra, principalmente na praça principal da região.
“A prefeitura foi incendiada, restando apenas o prédio de pé, além de diversos carros incendiados e lojas destruídas”, relatou a agência, que chegou a divulgar um vídeo do local em que militares com fuzis abriam fogo contra os manifestantes.
Manifestações são raras
O Cazaquistão raramente tem protestos violentos, pois é governado por um governo autoritário e, desde que deixou de ser República Soviética, em 1991, teve somente dois presidentes. A última grande manifestação aconteceu em 2019 e culminou na saída do até então presidente do país, Nursultan Nazarbayev, do poder – ele estava no cargo desde 1984.
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