O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira (14) que a Petrobras repassa preços ao mercado com rapidez. Além disso, Campos Neto também afirmou que os valores dos combustíveis possuem forte impacto na inflação do Brasil.
A saber, as declarações foram feitas no evento MacroDay 2021, promovido pelo banco BTG Pactual. Em resumo, o presidente do BC atua para controlar o avanço da inflação no país. No entanto, a taxa continua bastante elevada, superando em muito a meta definida para este ano.
“A parte de passar esse preço de commodities para o preço interno no Brasil é um pouco mais rápida, lembrando que a Petrobras, por exemplo, passa preços muito mais rápido do que grande parte dos outros países“, disse Campos Neto. Aliás, o presidente do BC também lembrou que os combustíveis são fortes vilões da inflação no país.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), gasolina, diesel e etanol estão entre os produtos que mais subiram em 2021. O IBGE realiza o levantamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país.
E, quando a taxa inflacionária está lá em cima, o BC eleva a Selic, que é a taxa básica de juros do país, para segurá-la. Em suma, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país. Assim, reduz o poder de compra do consumidor, diminuindo também a “inflação por demanda”. Inclusive, o próprio presidente do BC afirmou que a instituição elevará a Selic para conter a inflação, mas que isso não ocorrerá a cada novo dado divulgado.
Presidente da Petrobras afirma que estatal não repassa todas as oscilações
Falando exatamente o contrário de Campos Neto, o presidente da Petrobras, general da reserva Joaquim Luna e Silva, garantiu que a Petrobras não repassa todas as oscilações do preço do petróleo para os consumidores. As declarações ocorreram hoje no plenário da Câmara dos Deputados.
“O que é conjuntural, ela absorve e procura entender ao máximo possível essa lógica de mercado”, disse Luna em relação à Petrobras. Isso acontece, porque a estatal analisa se o aumento do preço da commodity é estrutural, ou seja, se possui um caráter permanente. Contudo, quando o aumento é conjuntural (passageiro), a Petrobras absorve e não repassa ao mercado, afirmou o presidente.
Por fim, quem mais está sofrendo são os consumidores do país. Isso porque o preço médio da gasolina está mais caro a cada semana, superando os R$ 6,00. Inclusive, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) revelou ontem (13) que todos os combustíveis ficaram mais caros na semana encerrada em 11 de setembro.
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