O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (15) que conversou com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, a conversa de mais de duas horas abordou temas como a política fiscal e a monetária do país.
“Foi uma conversa muito boa de duas horas. Tocamos vários pontos, são pontos importantes para nossa coordenação. O ponto principal foi coordenação de política fiscal e monetária, mas tocamos outros pontos, como reformas, como agenda de crédito, acesso de empresas ao mercado de capitais”, disse Campos Neto.
A saber, a política fiscal trata das contas públicas e é tratada pelo governo federal. Em outras palavras, a política fiscal se refere à arrecadação de impostos e aos gastos públicos.
Por sua vez, a política monetária se relaciona ao juros da economia brasileira. Nesse caso, o BC atua para conter a inflação no país, elevando a taxa Selic, que é o principal instrumento da entidade financeira para isso.
BC eleva estimativa de crescimento do PIB brasileiro em 2022
Conversa aborda PEC da Transição
No encontro, o presidente do BC também citou a PEC da transição, que está em discussão no Congresso Nacional. Em suma, a proposta abre espaço por dois anos para despesas adicionais de R$ 168 bilhões. Esse valor terá o objetivo custear programas sociais e políticas públicas em saúde e educação.
A saber, o aumento dos gastos públicos poderá impulsionar a inflação, além de elevar a dívida pública. Dessa forma, o mercado fica mais receoso, o que contribui para a alta dos juros no país.
Vale destacar que o presidente do BC afirmou que ficará no cargo até 2024. Em síntese, o presidente da República indica quem irá liderar o Banco Central por um mandato de quatro ano. E o fim do mandato de Campos Neto é em 2024. Aliás, ele afirmou que não continuará no cargo após esse período.
“Tenho dito há bastante tempo que eu acho que um mandato é suficiente para fazer o que eu preciso fazer (…) Quando foi feita a lei de autonomia, disse que não achava bom a recondução. Não discutimos isso (com Haddad), mas pretendo ficar até o fim do meu mandato”, disse.
Leia também: Demissões voluntárias batem recorde no Brasil em 2022