O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (4) que a “Selic vai atingir nível que for necessário”. A saber, a Selic é a taxa básica de juros do Brasil e figura como o principal instrumento do BC para segurar a inflação.
De acordo com Campos Neto, o BC vem analisando de perto a trajetória da inflação no país. “Não vamos fazer nenhum tipo de mudança no arcabouço”, afirmou o presidente do BC, em entrevista on-line para o jornal “Valor”.
Em resumo, Campos Neto disse que a inércia da inflação está parada e que alguns modelos até indicam queda. “Dependemos de vários fatores, como melhora da crise hídrica, alimentos começam a melhorar”, ponderou o presidente do BC.
Inclusive, ele afirmou hoje que acredita que a inflação do país atingiu seu pico em setembro. Em outras palavras, Campos Neto disse que a inflação disparou no Brasil por causa do forte aumento dos preços dos alimentos entre 2020 e 2021 e da desvalorização do real ante o dólar.
Aliás, ele citou a queda do minério de ferro nas últimas semanas. “Tem vários fatores no balanço de risco para observar”, disse. Ele explicou que o BC começará a observar os repasses de núcleos e serviços. Vale destacar que o minério de ferro tombou nos últimos meses, mas vem mostrando recuperação nos últimos pregões.
Campos Neto falou sobre outros desafios do Brasil
Na “Live do Valor”, Campos Neto também disse que a dívida do país vem apresentando melhora nos últimos meses. Contudo, o risco fiscal ainda existe. O presidente do BC falou que é preciso “virar a página” em relação ao Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. “Precisamos preservar nosso arcabouço fiscal”, disse.
Por fim, Campos Neto ainda falou que o BC vem “tentado elucidar bastante os tipos de riscos” no Brasil. Ele citou a crise hídrica e a energética, pela qual o país vem passando e que vem impulsionando a inflação. Inclusive, ele afirmou que diversos países no mundo também estão enfrentando crise de energia, sem contar nos gargalos das cadeias globais de oferta.
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