O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou nesta segunda-feira (18) que conversou com o chefe do Executivo brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), e pediu que o mandatário brasileiro o apoie contra as sanções impostas pela Rússia em decorrência da guerra na Ucrânia.
A revelação do presidente ucraniano foi feita nas redes sociais, depois de ele ter contado que teve um encontro virtual com Bolsonaro. “Tive uma conversa com o presidente do Brasil. Informei sobre a situação no fronte”, começou Volodymyr Zelensky.
“Discutimos a importância da retomada da exportação dos grãos ucranianos para prevenir uma crise global de alimentos provocada pela Rússia. Eu pedi para todos os parceiros apoiarem as sanções contra o agressor”, escreveu o presidente da Ucrânia em seu Twitter.
Primeira conversa entre os presidentes
Essa foi a primeira vez que os presidentes conversaram desde que a Ucrânia foi invadida pela Rússia. Até o momento, Bolsonaro não fez nenhum comentário sobre o que foi tratado no diálogo. Na realidade, o chefe do Executivo não deve falar nada sobre o encontro virtual, pois, nesta segunda, disse que os pontos definidos são “segredo de Estado”.
Essa conversa entre os dois foi revelada na semana passada, quando Bolsonaro disse que havia sido convidado para um encontro com Volodymyr Zelensky. Na ocasião, assim como publicou o Brasil123, o chefe do brasileiro disse que daria uma solução para o fim da guerra na Ucrânia.
“Vou dar minha opinião a ele o que eu acho. A solução para o caso [guerra]. Eu sei como seria a solução do caso. Mas não vou adiantar. A solução do caso… Como acabou a guerra da Argentina com o Reino Unido em 1982? É por aí”, afirmou Bolsonaro na oportunidade.
A guerra entre Argentina e o Reino Unido, citada por Bolsonaro, durou aproximadamente três meses e aconteceu por conta de uma ilha, a Ilha das Maldivas. O conflito só terminou quando a Argentina se rendeu, ou seja, o presidente brasileiro deu a entender que seu conselho ao chefe do Executivo da Ucrânia seria para que ele se entregue à Rússia.
Desde o início do confronto, Bolsonaro tem tentado se mostrar neutro, pois teme que falar em prol da Ucrânia atrapalhe a sua relação com a Rússia, comandada pelo presidente Vladimir Putin, que foi quem ordenou que as tropas russas invadissem o território ucraniano. O Brasil é dependente da Rússia, por exemplo, em fertilizantes.