Emmanuel Macron, presidente da França, quer visitar o Brasil e se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda neste ano. A informação foi revelada nesta quarta-feira (01) pelo canal “CNN Brasil”, que contou que o chefe de Estado francês enviou dois auxiliares próximos ao Brasil para estreitar relações com a gestão de Lula.
Segundo o canal, um dos temas tratados como prioridade pelo presidente da França é como combater à desinformação nas redes sociais. Nesse sentido, o gestor francês esperar tentar, juntamente com Lula, identificar estratégias comuns para a “regulação da internet” – hoje, o governo brasileiro estuda uma proposta de regras mais rígidas para a retirada de conteúdos considerados antidemocráticos do ambiente digital.
Conforme a “CNN Brasil”, Catherine Colonna, ministra das Relações Exteriores da França, chegará ao Brasil no próximo dia 08. Antes dela, chegou ao país o conselheiro de Emmanuel Macron para Américas, Walid Fouque, que foi recebido no Itamaraty e no Palácio do Planalto.
Na avaliação do país europeu, o último governo, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi uma espécie de “eclipse” nas relações Brasil-França. Isso acontece porque Bolsonaro ignorou o ex-ministro francês das Relações Exteriores quando ele veio ao Brasil, em 2019, trocando um encontro pré-agendado por uma ida ao cabeleireiro. Não suficiente, Bolsonaro ainda concordou com um comentário nas redes sociais que debochava da mulher de Emmanuel Macron.
Durante as reuniões em Brasília, Walid Fouque relatou que o presidente da França fez questão de ficar acordado até depois de meia-noite em 30 de outubro para esperar o resultado das eleições presidenciais no Brasil. Na ocasião, ele foi consultado pessoalmente sobre a nota oficial de reconhecimento da vitória de Lula no segundo turno e aprovou os termos da declaração.
Segundo o conselheiro do presidente francês, a avaliação foi de que a comunidade internacional precisava ser rápida no reconhecimento da vitória do petista para impedir que Bolsonaro questionasse o resultado eleitoral, visto que o ex-presidente dava indícios de que podia não concordar com uma eventual derrota.
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