O senador Omar Aziz (PSD-AM), que é quem preside a CPI da Covid-19, determinou, no final desta quarta-feira (07), a prisão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias. De acordo com o senador, o pedido foi feito porque Roberto Dias teria mentido e cometido perjúrio, isto é, violado o juramento de falar a verdade.
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O pedido de prisão em desfavor de Roberto Dias foi o primeiro determinado pela CPI da Covid-19. Importante lembrar que o crime o qual o ex-diretor de Logística da Saúde é acusado é afiançável. Sendo assim, ele poderá deixar a prisão após pagamento de fiança, a ser estipulado pela autoridade policial.
Assim como publicou o Brasil123, Roberto Dias chegou à CPI da Covid-19 nesta quarta (07) com a obrigação de explicar as acusações de que ele teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina em negociações e também de que ele teria pressionado um servidor do Ministério da Saúde a agilizar a aquisição da vacina indiana Covaxin.
Durante o depoimento, ele negou o pedido de propina, chegando a chamar o suposto vendedor de imunizantes, Luiz Dominguetti, que é quem denunciou o pedido de propina, de “picareta”. Além disso, Roberto Dias também negou que tenha pressionado o servidor da Saúde Luis Ricardo Miranda para a aceleração da importação da vacina indiana Covaxin.
“Fui injustamente acusado de pressionar um funcionário e, como prova, foi demonstrada uma mensagem encaminhada às 20h de um sábado onde eu perguntava: como esta a LI da vacina?”, disse o ex-membro da Saúde.
De acordo com ele, essa foi a única frase que atribuem a ele como prova de pressão. “A mensagem nada se referia à Covaxin, até porque em um sábado à noite nada teria mudado. O teor da mensagem se referia à LI da Astrazeneca que chegaria no domingo”, disse Dias.
Roberto Dias acusado de mentir
Durante a oitiva, Omar Aziz afirmou que Roberto Dias estava mentindo e omitindo informações da comissão. O estopim para o senador foi uma matéria publicada pelo jornal “CNN” em que a tese de Roberto Dias, de que ele não teria nenhuma relação com Dominguetti, foi desmentida através de áudios.
“Chame a polícia do Senado. O senhor está detido pela presidência da CPI”, afirmou Aziz a Roberto Dias.
A decisão de Aziz provocou reação da advogada de Roberto Dias. Ela afirmou que a prisão é um “absurdo” e que o ex-diretor deu “contribuições valiosíssimas” para a comissão.
Logo após a fala do senador, a advogada de Roberto Dias questionou se ele continuaria na condição de testemunha ou se havia passado à condição de investigado. “Se estiver na condição de investigado, eu vou orientar que ele permaneça em silêncio”, declarou ela.
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