O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid-19, disse neste domingo (04) que quer ouvir, ainda nesta semana, o empresário Cristiano Alberto Carvalho, representante da empresa Davati Medical Supply no Brasil. O depoimento do empresário deverá acontecer porque ele desmentiu a fala de Luiz Paulo Dominguetti à comissão.
Segundo Cristiano, Dominguetti queria apenas “aparecer”. “A CPI tem a vontade de ouvir essa semana ainda o senhor Cristiano que criou toda essa celeuma em relação a ida desse senhor que esteve essa semana”, começou Omar Aziz durante uma entrevista ao canal “Globo News.
“Nós queremos saber o que motivou eles a fazerem isso, até tentar de uma forma muito desleal trazer um áudio pra desvirtuar e tentar fazer com que a CPI mudasse o rumo das investigações”, completou o parlamentar, referindo-se ao áudio levado por Dominguetti.
Com a gravação, Dominguetti, que é agente da Polícia Militar (PM), tentou incluir o deputado Luis Claudio Miranda (DEM-DF) nas supostas negociações de propina das vacinas. Todavia, segundo o deputado, o áudio é antigo e se refere a luvas cirúrgicas.
Assim que apresentado o áudio, senadores da oposição e da base bolsonarista começaram a bater boca. De acordo com Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, seria necessário a apreensão do celular do depoente, o que foi determinado por Omar.
Do outro lado, os senadores apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido) pediram que o aparelho de Luis Miranda também fosse retido – o presidente da comissão afirmou que não poderia autorizar o pedido relativo ao parlamentar.
Omar comenta sobre investigação contra Renan Calheiros
Durante a entrevista à “Globo News”, além de assuntos específicos da CPI da Covid-19, Omar Aziz também foi questionado sobre o indiciamento do relator da CPI, Renan Calheiros, que foi feito no sábado (03) pela Polícia Federal (PF).
Na ocasião, ele foi perguntado se o indiciamento não poderia ser uma tentativa de agir contra integrantes da comissão. Para ele, “em parte sim”. “Indiciamento é nada. O inquérito ainda vai correr, o Ministério Público vai se posicionar, o ministro Supremo deverá se posicionar”, disse o senador, que ainda afirmou que no senado Renan Calheiros tem a solidariedade dos parlamentares. “Ele está firme na relatoria. Isso não vai nos intimidar. A gente recebe ameaças diárias”, concluiu.
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