Propina ou presente? Essa é a resposta que senadores querem descobrir no caso das joias sauditas que foram transportados pelo ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e tinha como destino as mãos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em entrevista coletiva feita em Brasília, o senador Omar Aziz (PSD), afirmou que o grupo fará um pente-fino em todos os negócios fechados pelo governo Bolsonaro com o mundo árabe, principalmente os que estão ligados a fundos de pensão com o governo da Arábia Saudita.
Isso acontece porque, para o senador, não há um convencimento de que essas joias eram, de fato, um presente, como defende Bento Albuquerque. “Nunca vi ninguém dar R$ 16 milhões de presente para uma primeira-dama. Isso é a versão do Bento Albuquerque, que será investigada”, disse o senador.
Além do valor, a forma como as joias foram transportadas também chamam atenção. Prova disso é que até mesmo a Receita Federal deu um parecer considerando como “não usual” o ingresso do suposto presente, que chegou ao Brasil em um pacote transportado por um membro da comitiva do ministro.
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“Os bens não foram declarados, a burocracia não foi acionada, nada foi inventariado ou patrimonializado”, disse um auditor em entrevista ao jornalista da “Globo News” Valdo Cruz. De acordo com esse membro da Receita Federal, a burocracia tradicional é feita pelo Itamaraty, que cuida de presentes oficiais.
“Geralmente, o que ocorre são trocas de mimos de baixo valor e que remetem à cultura do país. As autoridades não se envolvem diretamente no assunto. Geralmente, só aparecem para fazer a foto. Quem cuida de tudo é o cerimonial da Presidência e o Itamaraty. Transportar o presente, nem pensar”, disse o auditor.
Governo quer CPI sobre as joias
Assim como publicou o Brasil123,deputados que fazem parte da base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) querem a instauração de uma Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) que terá como foco investigar o caso das joias sauditas trazidas ilegalmente para o Brasil pela gestão do até então chefe do Executivo Bolsonaro.
De acordo com informações da jornalista Andreia Sadi, do canal “Globo News”, hoje, deputados como Rogério Corrêa (PT) e Túlio Gadelha (Rede) estão atuando internamente para colher assinaturas e, assim, protocolar um pedido para a abertura da CPI.
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