Durante este mês de julho, as famílias que desejam desfrutar das férias escolares precisam preparar o bolso, pois a ‘inflação das férias’ registrou um aumento de 5,76% no acumulado de 12 meses até junho. Esse aumento é quase três vezes maior que a média geral da inflação, que foi de 2,23%. Os custos dos serviços e produtos relacionados ao lazer são os principais responsáveis por esse crescimento.
Os gastos com clubes de recreação aumentaram 5,71% nos últimos 12 meses, enquanto os preços de hospedagem subiram 6% no mesmo período. Levar as crianças para desfrutar de um lanche ou saborear doces e salgados está 7% mais caro do que há um ano.
A alta dos alimentos
Além disso, surpreendentemente, os preços dos sorvetes e picolés subiram 18% no período. Até mesmo o custo das refeições em restaurantes, uma opção para quem deseja um tempo longe do fogão durante as férias, aumentou em 5,58%.
Matheus Peçanha, economista do FGV Ibre, explica que essa alta nos preços está relacionada tanto ao aumento dos custos do leite, cujo preço disparou em 2022 devido a um período de entressafra de estiagem mais rigorosa, quanto a um aumento na demanda por esses serviços e produtos de lazer.
De acordo com Matheus Peçanha, do FGV Ibre, a cesta de consumo associada às férias é composta principalmente por serviços, cujos custos ficaram represados durante a pandemia. Com a retomada da economia e a normalização das atividades, o setor tem aproveitado o aumento da demanda para repassar esses custos desde o ano passado.
Leia também: Impulso econômico de Taylor Swift nos EUA terá o mesmo efeito no Brasil?
Demanda reprimida
s serviços foram o foco principal da inflação no ano anterior, devido à demanda reprimida após a pandemia. A liberação para o funcionamento das atividades trouxe de volta a procura por esses serviços, que estiveram praticamente parados por cerca de dois anos.
Além disso, a conjuntura de uma demanda aquecida tende a manter os preços desses serviços em alta, impactando diretamente os gastos das famílias durante as férias escolares.
Conforme explicado pelo economista, mesmo que os preços já estejam apresentando uma menor intensidade de aumento, ainda há produtos e serviços cujos valores estão subindo devido à resistência da demanda, apesar do cenário macroeconômico desfavorável ao consumo, influenciado por altas taxas de juros.
Táticas para aproveitar as férias
Para enfrentar esses aumentos, o economista sugere uma abordagem cautelosa e consciente. Ele destaca a importância de colocar todos os custos no papel e fazer um orçamento detalhado para as férias.
Embora seja difícil resistir às tentações de consumo, especialmente quando influenciadas pelos próprios filhos, é fundamental saber limitar os gastos e determinar com clareza o quanto pode ser investido nas férias.
Em meio a um contexto econômico desafiador, a parcimônia nas escolhas e um planejamento financeiro adequado podem ser as chaves para aproveitar as férias de maneira mais tranquila e sustentável do ponto de vista financeiro.
Leia também: Gasolina ficou 11,8% mais cara desde início do ano