A população de diversos países sofreu para comprar alimentos no ano passado. A saber, os valores mundiais dos alimentos tiveram uma forte alta de 28% em relação a 2020. E a situação segue bastante complicada em 2022, sem expectativa de melhora no curto prazo.
De acordo com a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), os preços dos alimentos saltaram 29,8% entre abril de 2021 e abril de 2022. Aliás, o aumento acumulado em um ano só não é maior graças à queda de 0,8% registrada no mês passado, na comparação com março.
Em resumo, o indicador da FAO acompanha as commodities alimentares mais comercializadas no planeta. Por falar nisso, o índice teve uma média de 158,5 pontos em abril, contra 159,7 pontos em março, recorde da série histórica. A propósito, em abril do ano passado, o indicador estava com 122,1 pontos.
Queda nos preços do óleo vegetal e de cereais aliviam pressão
A FAO destacou que o recuo mensal registrado em abril ocorreu devido à queda de 5,7% nos preços do óleo vegetal, para 237,5 pontos, após o recorde em março. “A queda foi impulsionada pelos preços mundiais mais baixos dos óleos de palma, girassol e soja, que mais do que compensaram as cotações mais altas do óleo de canola”, disse a FAO.
Da mesma forma, o subíndice para cereais caiu 0,4% no mês, para 169,5 pontos. Isso ocorreu graças à entrada da safra de milho da Argentina e à proximidade da safra de inverno no Brasil. Em março, o indicador havia batido recorde ao alcançar a maior pontuação desde 1990.
Por outro lado, itens como açúcar, carnes e lácteos registraram novas altas moderadas em abril, na comparação com março. Nesse caso, a FAO destacou o oitavo aumento consecutivo dos preços dos lácteos, que chegou a 147,1 pontos no mês passado.
“Em abril, a tendência de alta dos preços dos produtos lácteos continuou, impulsionada pela persistente falta de oferta global, uma vez que a produção de leite na Europa Ocidental e Oceania continuou abaixo de seus níveis sazonais”, explicou a agência de alimentos.
Já em relação às carnes, a alta de 2,2% fez o indicador alcançar 121,9 pontos em abril, novo recorde da série. Em suma, o aumento do consumo global, principalmente da China, e a queda na oferta de abate de gado no Brasil contribuíram para o encarecimento da proteína.
Por fim, o subíndice para açúcar avançou 3,3%, para 121,8 pontos em abril, ajudando a pressionar os preços.
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