Os preços mundiais dos alimentos caíram levemente em maio. A saber, este foi o segundo recuo consecutivo, mas os altos preços continuam pressionando a renda das famílias de todo o planeta. E esse cenário deverá se manter, ao menos no curto prazo.
De acordo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), os preços internacionais de uma cesta de produtos básicos recuou 0,6% no mês passado, em relação a abril. Assim, o índice FAO caiu de 158,3 para 157,4 pontos entre os meses.
Embora tenha recuado na comparação mensal, o índice de preços dos alimentos está 29,2 pontos acima do valor registrado em maio de 2021, alta de 22,8%. E a guerra na Ucrânia, iniciada há mais de 100 dias, pressionou ainda mais os alimentos e fez o índice FAO bater recorde em março.
Em resumo, o indicador da FAO acompanha as commodities alimentares mais comercializadas no planeta. Como a guerra entre Rússia e Ucrânia aumentou os gargalos nas cadeias globais de suprimentos, os preços de importantes commodities dispararam nos últimos meses. E o fim do conflito no leste europeu parece não estar próximo.
Trigo e frango limitam queda dos preços em maio
O índice FAO não teve uma queda mais expressiva em maio devido aos cereais. A saber, os preços do trigo subiram 5,6% no mês passado, em relação a abril, e fizeram o indicador de cereais avançar 2,2% em maio.
“Os preços internacionais do trigo, em média apenas 11% abaixo do recorde alcançado em março de 2008, subiram em resposta à proibição de exportação anunciada pela Índia e às preocupações com as condições das colheitas em vários países exportadores líderes, bem como perspectivas de produção reduzidas na Ucrânia devido à guerra”, explicou o relatório da FAO.
Da mesma forma, o indicador de carnes também subiu no mês, mas de maneira mais tímida (+0,6%). Ainda assim, o índice bateu recorde em maio, fechando o mês em 122 pontos. Aliás, houve estabilidade dos preços mundiais da carne bovina e queda da carne suína, mas isso não impediu a alta.
“A alta foi impulsionada por um forte aumento nos preços internacionais da carne de aves, refletindo as interrupções contínuas na cadeia de suprimentos na Ucrânia e casos recentes de gripe aviária em meio a um aumento na demanda na Europa e no Oriente Médio”, diz a FAO.
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