As dificuldades em comprar alimentos devido aos seus altos preços afetaram todo o planeta em 2021. A saber, os valores mundiais dos alimentos encerraram o ano 28% mais caros que em 2020, em média. Os dados fazem parte do índice de preços dos alimentos da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
De acordo com a agência de alimentos das Nações Unidas, os valores dos alimentos até caíram em dezembro (-0,9%). No entanto, o recuo não fez muita diferença na expressiva variação acumulada em 2021.
“No que diz respeito ao conjunto de 2021, calculando as médias de todo o ano, o índice de preços dos alimentos da FAO foi em média 125,7 pontos, o que é 28,1% a mais que no ano anterior”, explicou a entidade, em nota.
Um dos principais itens cujos preços dispararam em 2021 foram os cerais. Em resumo, o índice de preços dos cereais teve alta de 27,2% em média na comparação com 2020. Aliás, os maiores avanços vieram do milho (+44,1%) e do trigo (+31,3%). Por outro lado, o índice de preços do arroz caiu 4% no ano.
Já o açúcar encerrou 2021 com um forte avanço de 29,8% dos seus preços em relação a 2020. Assim, atingiu seu maior patamar desde 2016. Por sua vez, as carnes tiveram alta um pouco menor no ano, de 12,7%.
Entenda o que provocou a disparada dos preços
Em suma, os preços dos alimentos tiveram forte alta no ano passado devido a problemas na colheita e à forte demanda. Por exemplo, o açúcar acabou impulsionado durante boa parte do ano pelos preços mais elevados do etanol. E a expectativa para 2022 não é muito positiva.
“Embora normalmente se espere que os preços altos levem ao aumento da produção e aos altos custos dos insumos, a atual pandemia e as condições de crescente incerteza climática deixam pouco espaço para otimismo em relação à recuperação de condições de negócios mais estáveis ainda em 2022″, afirmou Abdolreza Abbassian, economista da FAO.
A saber, o índice da FAO faz um monitoramento dos preços internacionais das commodities alimentícias mais comercializadas pelo planeta.
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