De acordo com dados divulgados pelo boletim Focus, do Banco Central (BC), a previsão da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar o ano de 2022 com alta de 5,92%. O boletim Focus é divulgado mensalmente e a projeção da última semana apontava alta de 5,91%.
Nesse sentido, é a sexta semana seguida de previsão de alta na inflação apresentada pelo boletim Focus. Além disso, não somente a inflação deste ano apontou alta, a de 2023 também sofreu alta em sua previsão. Contudo, as previsões de 2024 (3,5%) e 2025 (3%) foram mantidas.
FGV aponta os principais motivos para a alta da inflação
De acordo com um estudo publicado pela FGV, a alta da inflação pode ser explicada principalmente pelo aumento nos preços da gasolina, da energia elétrica e dos alimentos. A alta da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI) para o mês de novembro atingiu o valor de 0,57%, O índice mede a variação dos preços no varejo.
Apenas duas das oito classes de despesas acompanhada pelo índice apontaram variações mais baixas: educação, leitura e recreação (em outubro foi de 3,07% e, em novembro, apontou queda de -0,74%) e a habitação (apresentou alta de 0,58% em outubro e 0,43% em novembro).
Além disso, os valores das passagens aéreas também sofreram redução na variação, se em outubro apresentaram alta de 14,06%, em novembro sofreu queda -3,65%. As taxas de água e esgoto residencial também apresentaram uma variação menor, de 3,35% em outubro para 0,76% em novembro.
Por outro lado, a inflação apresentou alta para os grupos de transportes, que em outubro havia sofrido queda de -0,19% e em novembro alta de 0,92%. O grupo de alimentação também apresentou alta, em outubro a alta foi de 0,74%, já em novembro a alta foi de 1,06%.
COPOM decide pela manutenção da Selic em 13,75%
Na última quarta-feira (7), o COPOM decidiu pela manutenção da taxa Selic em 13,75%. A decisão foi justificada pela “incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporados nas expectativas de inflação e nos preços de ativos”.
Além disso, o COPOM também utilizou como justificativa a desaceleração da atividade econômica global, que vem sendo mais acentuada do que o havia sido previsto. Um outro ponto levantado foi o cenário de inflação enfrentado pelo país.
“Em relação à atividade econômica brasileira, a divulgação do PIB apontou ritmo de crescimento mais moderado no terceiro trimestre. O conjunto dos indicadores mais recentes corrobora o cenário de desaceleração esperado pelo Copom. Apesar da queda recente, especialmente em itens voláteis e afetados por medidas tributárias, a inflação ao consumidor continua elevada”.
A manutenção da alta da taxa de juros é uma das principais formas que o Banco Central possui para controlar a inflação. É a terceira vez seguida que o COPOM decide por manter a taxa, após uma sequência de 12 altas seguidas. Que se iniciou em março de 2021.