O Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) revelou nesta semana que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 1,18% em janeiro, na comparação com o mês anterior. E o setor de veículos automotores exerceu a terceira maior influência no indicador devido a forte alta dos seus preços no mês.
Em suma, os veículos automotores ficaram 2,27% mais caros em janeiro. Esta é a maior taxa mensal já registrada pelo segmento desde o início do levantamento do IBGE, em janeiro de 2010. Aliás, os veículos são apenas uma das muitas atividades pesquisadas pelo IBGE para compor a taxa do IPP, considerado a inflação da indústria brasileira.
A saber, o IPP analisa o progresso dos preços dos produtos na “porta da fábrica”, ou seja, os valores não sofrem variação com impostos e frete. O IBGE mede a evolução de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação e abrange bens de capital, intermediários e de consumo separadamente.
Os subgrupos de bens duráveis e não-duráveis também passam por análise. Assim, as informações chegam mais precisas e segmentadas ao mercado, segundo o IBGE.
Veja mais detalhes da alta dos preços dos veículos automotores
Segundo o levantamento, os preços dos veículos automotores passaram a acumular um avanço firme de 15,95% nos últimos 12 meses, encerrados em janeiro. Esta variação também é a mais elevada neste indicador em toda a série do IBGE.
Em resumo, os veículos exerceram o terceiro maior impacto no IPP em janeiro, de 0,15 ponto percentual (p.p.). A saber, as únicas atividades que apresentaram uma influência mais expressiva no mês foram as indústrias extrativas (0,46 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (0,25 p.p.).
“Os fabricantes vêm sofrendo ao longo dos meses com a deterioração das condições nas cadeias de fornecimento, com o represamento na entrega de insumos, preço internacional do aço em alta até o 3° trimestre de 2021 e uma crise no suprimento global de semicondutores“, explicou Felipe Câmara, analista da pesquisa.
“Quadro que é reforçado e, também tem justificado decisões de paralisação na produção doméstica, gerando um cenário de baixa reposição de estoques e escassez de oferta, que acaba por pressionar os preços na porta de fábrica”, acrescentou o analista.
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