O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) realizou um levantamento sobre os preços dos principais itens da Ceia de Natal. De acordo com os dados obtidos, a variação destes itens ficou menos intensa que em 2020. Dessa forma, estão pressionando menos o orçamento das famílias brasileiras.
Em resumo, a variação dos preços dos itens da Ceia do Natal em 12 meses chegou a 5,39% em novembro deste ano. Esse avanço ficou bem menor que a variação acumulada no mesmo período de 2020 (13,51%). No entanto, o valor supera as variações dos três anos anteriores: 2019 (3,81%), 2018 (3,37%) e 2017 (-2,30%).
A saber, o frango inteiro é o principal “vilão” da Ceia do Natal deste ano, com o preço acumulando uma disparada de 24,28% em 12 meses. Em seguida, ficaram os ovos (17,79%), azeitona (15,13%), carnes bovinas (14,72%) e farinha de trigo (13,70%). Todas estas variações superaram a alta geral dos preços dos itens no período.
Preço do arroz despenca e reduz variação média
Embora diversos itens tenham disparado, outros produtos que marcam presença na ceia natalina seguiram a trajetória inversa. Em suma, os recuos mais expressivos vieram do arroz (-8,27%) e, em menor grau, do pernil suíno (-1,27%). Já os itens leite longa vida (-0,81%), cebola (1,87%) e frutas (2,84%) tiveram variações bem mais tímidas.
“Os reflexos dos problemas nos custos de produção que sofremos desde o ano passado, com secas, geadas, alta nos preços dos combustíveis e energia elétrica ainda se fazem sentir, sobretudo nas proteínas”, explicou o economista do FGV/Ibre responsável pelo levantamento, Matheus Peçanha.
“O câmbio alto, favorecendo a exportação das carnes, também contribuiu para manter os preços das proteínas em alta. No entanto, é bom ver que o retorno gradual das chuvas já tem normalizado a dinâmica de diversos preços de alimentos como arroz, frutas, hortaliças e legumes”, ponderou o economista.
Leia Mais: Combustíveis disparam no ano e impulsionam inflação no Brasil