Os preços dos carros no Brasil tiveram a maior queda dos últimos 11 anos. De acordo com especialistas, essa redução foi um impacto do programa de descontos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao todo, os preços dos automóveis novos caíram 2,76% em junho, maior redução em pouco mais de uma década.
Em entrevista ao portal “UOL”, Milad Kalume Neto, diretor de desenvolvimento de negócios da consultoria Jato Dynamics do Brasil, explicou que a queda para o consumidor, todavia, deve ter fôlego curto. Isso porque, segundo ele, a onda de descontos para os chamados carros populares foi pontual. “Os preços agora voltam para a vigência normal. O consumidor se depara novamente com valores mais elevados”, afirmou Milad Kalume Neto.
Conforme os números revelados pelo IBGE, com essa queda de 2,76%, os automóveis novos tiveram a maior contribuição individual (-0,09 ponto percentual) para a deflação (baixa) de 0,08% do IPCA como um todo em junho. No entanto, com o fim dos descontos, os carros zero-quilômetro devem subir 0,7% no índice de inflação de julho. Isso quem diz é o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), também em entrevista ao jornal citado.
“A medida do governo federal não tem efeito duradouro. Do mesmo jeito que abriu espaço para a trégua em junho, pode acelerar a inflação em julho. Agora, os preços voltam a subir”, relata o economista. Essa queda foi a maior desde junho de 2012, quando o Brasil, no governo da presidente Dilma Roussef, em um programa que visava estimular o consumo, fez com que os valores dos automóveis caíssem 5,48%. Na ocasião, a medida da gestão do PT foi reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Apesar da redução, especialistas alertam que a alta dos juros acaba freando a volta do setor. “O programa do governo movimentou o setor, evitou mais paradas de fábricas, mas é momentâneo”, disse André Braz, completando que, hoje, “Temos o copo meio cheio e o meio vazio”. “Os juros ainda estão altos, assim como os preços dos veículos. Tudo isso está impedindo o consumidor de comprar carro”, completa.
Assim como publicou o Brasil123, espera-se que o Banco Central corte, já em agosto, a taxa de juros que, deste o ano passado, está em 13,75%. No entanto, o economista relata que essa redução, pelo menos no curto prazo, não deve apresentar grandes efeitos. “Se a Selic cair 0,25 ponto percentual, não vai mudar muito o juro do financiamento automotivo. O que vai contar é o acúmulo de cortes com o passar do tempo”, explica.
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