A população brasileira está pagando mais caro pelos alimentos desde o ano passado. A cada mês que se passa, os preços de diversos itens sobem significativamente, e o consumidor tenta encontrar meios de superar a inflação. No entanto, a expectativa é que a inflação desacelere no país nos próximos meses.
De acordo com um levantamento divulgado nesta quinta-feira (28) pelo IBGE, a inflação dos alimentos variou 1,99% em junho. A saber, a variação superou em muito a taxa registrada em maio (0,32%) e foi o quinto avanço consecutivo. Com o acréscimo desse resultado, o setor passou a acumular alta de 7,83% em 2022 e de 17,92% nos últimos 12 meses.
Em resumo, a variação registrada em junho se refere aos preços “na porta de fábrica”, ou seja, que não têm influência de impostos e frete. Isso mostra que o consumidor final enfrentou preços ainda mais elevados, uma vez que diversos fatores encarecem os itens nos supermercados.
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Leite e seus derivados impulsionam preços dos alimentos
Segundo o IBGE, o leite e seus derivados exerceram a maior influência no setor de alimentos em junho. Em suma, os itens ficaram bem mais caros no mês passado devido ao clima seco, que prejudica a qualidade das pastagens e aumenta os custos de produção. Tudo isso acaba repassado para o consumidor, que teve que pagar mais caro para consumir estes produtos.
“O grupo de laticínios, por exemplo, mostra uma variação de 14,91% no mês, sendo esse o maior resultado em toda a série nesse indicador. E essa alta é consequência do início do período de entressafra do leite, que acabou limitando uma oferta que já estava escassa devido a questões climáticas”, explicou o analista da pesquisa, Murilo Alvim.
“Outro produto que ajuda a explicar essa alta do setor de alimentos são os açúcares, produtos exportáveis que estão com uma demanda externa aquecida. Além de ter ocorrido um aumento do dólar no mês, de 1,9%, que aumenta o preço recebido em real pelo produtor”, disse Alvim.
Por fim, vale destacar que o setor de alimentos é o de maior contribuição no cálculo do Índice de Preços ao Produto, que variou 1,83% em maio. Em suma, o setor responde por 23,04% da variação do índice, segundo o IBGE.
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