A população brasileira está pagando mais caro pelos alimentos desde o ano passado. A cada mês que se passa, os preços de diversos itens sobem significativamente, e o consumidor tenta encontrar meios de superar a inflação. No entanto, a situação não deve melhorar, pelo menos não no curto prazo.
De acordo com um levantamento divulgado na quinta-feira (30) pelo IBGE, a inflação dos alimentos variou 0,32% em maio. Embora a variação tenha sido menor que a de abril (2,21%), foi a quarta consecutiva. Aliás, com o acréscimo desse resultado, o setor passa a acumular alta de 5,85% em 2022 e de 19,15% nos últimos 12 meses.
Em resumo, a variação registrada em maio se refere aos preços “na porta de fábrica”, ou seja, que não têm influência de impostos e frete. Isso mostra que o consumidor final poderá sofrer com produtos ainda mais caros, uma vez que há diversos fatores que encarecem os itens nos supermercados.
Segundo o analista da pesquisa, Felipe Câmara, a desaceleração observada em maio aconteceu devido ao “fim da colheita da soja e ao maior nível do abate de bovinos, que aumentaram a oferta nestas duas cadeias, puxando o preço médio do setor para baixo”.
Confira mais detalhes do levantamento
Em suma, o IBGE pesquisa seis grupos no setor de alimentação, e quatro deles apresentaram variação negativa em maio. Veja abaixo os números de cada um deles:
- Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais: -1,63%;
- Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais: – 0,43%;
- Torrefação e moagem de café: -0,24%;
- Abate e fabricação de produtos de carne: -0,03%.
Apesar de a maioria dos grupos ter números negativos em maio, o setor acabou subindo devido à alta nos preços dos laticínios (+2,74%) e da fabricação e refino de açúcar (+1,50%). Aliás, o leite vem pressionando a inflação dos alimentos nos últimos meses, com as bacias leiteiras em baixa, mas os custos em alta.
Por fim, vale destacar que o setor de alimentos é o de maior contribuição no cálculo do Índice de Preços ao Produto, que variou 1,83% em maio. Em suma, o setor responde por 23,04% da variação do índice, segundo o IBGE.
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