Os preços do setor da metalurgia brasileira dispararam 5,92% em março deste ano, na comparação com o mês anterior. A saber, o setor subiu 6,10% em janeiro e 8,35% em fevereiro, acumulando avanço de 21,47% no primeiro trimestre deste ano.
Apesar do avanço em março, o nono seguido em relação ao mês anterior, os preços do setor caíram levemente no acumulado dos últimos 12 meses (45,90% para 45,76%). Esta variação em março é a terceira maior já registrada pela série histórica, iniciada em janeiro de 2010.
Aliás, a alta em março só não superou os avanços de fevereiro (8,35%) e janeiro (6,10%) deste ano. Isso significa que a disparada de 21,47% no trimestre bateu recorde, uma vez que os avanços nos meses lideram as altas mensais já registradas pela série.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações hoje (5). Em suma, o resultado dos preços da metalurgia é um dos componentes da taxa geral do Índice de Preços ao Produtor (IPP), que subiu 4,78% em março.
Vale destacar que o indicador analisa o progresso dos preços dos produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete. Assim, o IPP mede a evolução de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.
Ao mesmo tempo, o levantamento engloba informações por segmentos, como atividades e categorias econômicas. Dessa forma, abrange bens de capital, intermediários e de consumo separadamente. Os subgrupos de bens duráveis e não-duráveis também passam por análise.
Veja os itens com a maior alta no mês
De acordo com o IBGE, a alta acumulada nos últimos meses é resultado de uma combinação envolvendo os grupos siderúrgicos e o de materiais não ferrosos. No primeiro caso, há uma relação direta com os preços do minério de ferro e a valorização do dólar frente o real. Já em relação ao grupo de materiais não ferrosos, há uma ligação direta com as cotações das bolsas internacionais
Por fim, em termos de influência, a metalurgia exerceu o quarto maior impacto no resultado do IPP em março, contribuindo com 0,41 ponto percentual. Já nos últimos 12 meses, a atividade registrou o terceiro maior aumento (45,76%).
O segmento ficou atrás apenas das indústrias extrativas, cujos preços dispararam absurdamente no período (136,25%), e do refino de petróleo e produtos de álcool (52,78%). Aliás, a alta do minério de ferro, que acontece há meses, é o principal insumo das indústrias extrativas, por isso vem impulsionando os preços da metalurgia.
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