Os preços do setor da metalurgia caíram 3,27% em dezembro de 2021, na comparação com o mês anterior. Esse foi o segundo recuo seguido do indicador, após uma sequência de 16 avanços consecutivos.
Isso explica a forte variação que a atividade acumulou em 2021, visto que a metalurgia teve alta em 10 dos 12 meses do ano. Aliás, os preços do setor dispararam 41,79% no ano passado, na comparação com 2020.
A saber, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta terça-feira (1º). Os dados fazem parte do Índice de Preços ao Produtor (IPP), do qual a metalurgia é apenas um dos muitos componentes da taxa geral, que caiu 0,12% em dezembro.
Embora os preços tenham disparado em um ano, o IBGE ressaltou que a variação em relação a 2018 é muito maior. Em suma, os preços do setor acumularam variação de 87,31% entre dezembro de 2018 e dezembro de 2021. A propósito, o IBGE utiliza os dados de dezembro de 2018 como base da amostra atual.
Vale destacar que o IPP analisa o progresso dos preços dos produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete. Para chegar a este resultado, o indicador mede a evolução de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.
Ao mesmo tempo, o levantamento engloba informações por segmentos, como atividades e categorias econômicas. Dessa forma, abrange bens de capital, intermediários e de consumo separadamente. Os subgrupos de bens duráveis e não-duráveis também passam por análise.
Veja o que impulsionou os preços do setor
De acordo com o IBGE, a alta acumulada em 2021 é resultado de uma combinação de fatores envolvendo os grupos siderúrgicos e o de materiais não ferrosos.
No primeiro caso, há uma relação direta com os preços do minério de ferro e a valorização do dólar frente o real. Já em relação ao grupo de materiais não ferrosos, há uma ligação direta com as cotações das bolsas internacionais.
Em termos de variação, os preços da metalurgia só perderam em 2021 para as atividades de refino de petróleo e biocombustíveis (69,72%) e outros produtos químicos (64,09%).
Por fim, o setor metalúrgico exerceu a quarta maior influência nos resultados do IPP em 2021, de 2,73 pontos percentuais (p.p.). Nesse caso, o impacto provocado só não superou as influências das atividades de refino de petróleo e biocombustíveis (com 5,88 p.p.), outros produtos químicos (5,14 p.p.) e alimentos (4,77 p.p.).
Leia Mais: Inflação acumulada pelo IPC-S em 12 meses chega a 9,58%