Após dias de rali, os preços do petróleo fecharam em forte queda nesta quinta-feira (3). A situação global continua bastante preocupante, com os confrontos entre russos e ucranianos seguindo pelo oitavo dia. No entanto, notícias sobre um acordo para saída de civis das cidades atacadas alivia um pouco as tensões e derruba commodity.
A saber, a cotação do barril Brent, que é a referência mundial, caiu 2,18% na sessão de hoje. Com isso, o preço do barril recuou para US$ 110,46 na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Na véspera, o Brent alcançou o maior patamar de fechamento desde 2014.
Por sua vez, o barril de petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, tombou 2,45% no pregão. Assim, o barril fechou o dia cotado a US$ 107,67 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). A propósito, o WTI teve o maior nível de fechamento na véspera desde 3 de maio de 2011.
Em 2021, ambas as referências acumularam ganhos superiores a 50%. Aliás, muitos pensaram que o resultado só havia acontecido devido à fraca base comparativa de 2020, afetada fortemente pela pandemia da Covid-19, que afundou os preços do petróleo.
No entanto, a commodity permanece com forte valorização em 2022, ainda mais com a guerra no leste europeu, que fortaleceu o rali do petróleo. Inclusive, na parcial de 2022, o Brent registra ganhos de cerca de 37,7%, enquanto o WTI tem uma valorização de mais de quase 39%.
Guerra e Opep+ impulsionam petróleo
O forte recuo do petróleo nesta quinta não deverá se prolongar por muitos dias, segundo especialistas. Em resumo, a guerra no leste europeu entre a Rússia e a Ucrânia não parece perto do seu fim. No entanto, representantes russos e ucranianos concordaram em criar um corredor humanitário para saída de civis das cidades atacadas.
Isso ajudou a derrubar os preços do petróleo, com os investidores se mostrando mais otimistas quanto à guerra. No entanto, o presidente da França, Emmanuel Macron, preocupou a todos, afirmando que o pior ainda está por vir após ligação com Vladimir Putin, presidente da Rússia.
Além disso, a Organização dos Países Produtores de Petróleo e seus aliados (Opep+) decidiu manter a expansão de barris em 400 mil por dia no mês de abril. Este patamar de aumento vem sendo adotado nos últimos meses, mas alguns integrantes da organização não estão conseguindo atingir esta meta.
A decisão foi anunciada na véspera, mas não houve nenhuma menção sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia. Muitos acreditavam que a Opep+ poderia compensar as interrupções na produção russa de petróleo, mas isso não aconteceu.
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