O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) informou que a cesta básica ficou mais cara em todas as 17 capitais pesquisadas em abril. E isso ocorreu, principalmente, devido aos avanços registrados por itens muito importantes na mesa do brasileiro.
De acordo com o levantamento, o preço do óleo de soja subiu em todas as capitais pesquisadas em abril. As variações oscilaram entre 0,50% em Vitória e 11,34% em Brasília. Segundo o Dieese, o preço do item subiu devido aos impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Em resumo, os conflitos no leste europeu aumentaram o preço do petróleo e, consequentemente, do diesel e da gasolina, seus derivados. Isso fez a produção de biocombustíveis ficar mais vantajosa, impulsionando os preços do óleo de soja.
Ao mesmo tempo, a guerra afetou a produção de óleo de girassol na Ucrânia. A Ásia também sofreu recentemente com uma quebra na produção do óleo de palma, conhecido no Brasil como óleo de dendê, que é o mais consumido do planeta por ser o mais barato.
Em outras palavras, a oferta dos concorrentes do óleo de soja está mais fraca, mas a demanda externa continua intensa e pressionando os preços do item no mercado interno.
Pão francês e leite integral também ficam mais caros
O pão francês também teve alta em todas as capitais pesquisadas. Isso aconteceu devido à redução da oferta de trigo no mercado externo, mais uma consequência da guerra na Ucrânia. As maiores altas ocorreram em Campo Grande (11,37%), Aracaju (9,70%) e Porto Alegre (7,07%).
Por sua vez, o preço do leite integral subiu em todas as 17 capitais pesquisadas, com destaque para Florianópolis (15,57%), Curitiba (14,15%), Porto Alegre (13,46%) e Aracaju (11,31%). A alta ocorreu devido a menor oferta no campo e à competição por matéria-prima entre as indústrias.
O Dieese também revelou que o preço do quilo da manteiga subiu em todas as capitais em abril. Os avanços variaram entre 0,61% em Fortaleza e 6,92% em Curitiba. Na verdade, os derivados lácteos ficaram mais caros no varejo brasileiro no mês passado.
Outro item que fez o preço da cesta básica subir no país foi a batata, coletada na região Centro-Sul. O preço do tubérculo disparou em todas as capitais, com taxas entre 14,63% em Porto Alegre e 39,10% em Campo Grande. “As chuvas e a alta da demanda na Semana Santa provocaram redução na oferta, o que elevou o preço no varejo”, disse o Dieese.
A farinha de mandioca, pesquisada no Norte e Nordeste, seguiu o mesmo caminho e ficou mais cara em quase todas as cidades. Os maiores avanços vieram de Natal (7,76%) e Fortaleza (3,73%). A única queda foi registrada em João Pessoa (-1,57%). Em suma, os preços subiram devido à redução da oferta, visto que a demanda continuou alta.
Café, arroz e feijão pesam no bolso do brasileiro em abril
Os brasileiros ainda sofreram em abril para comprar outros importantes itens do dia a dia. Um deles foi o café em pó, cujo preço subiu em 16 capitais, exceto em Vitória (-2,73%). Os principais avanços ocorreram em Aracaju (7,58%), Florianópolis (4,67%), Belo
Horizonte (3,74%) e Fortaleza (3,74%). Em resumo, a valorização do dólar ante o real e o aumento dos preços internacionais explicam o avanço do item.
Da mesma forma, o preço do arroz agulhinha subiu em 16 capitais, com exceção de Campo Grande (-2,70%). As altas variaram entre 0,17% em João Pessoa e 10,24% em Curitiba. Em resumo, o preço subiu devido ao aumento da cotação internacional do grão, apesar do aumento da oferta.
Por fim, o feijão ficou mais caro em 15 capitais em abril. A saber, os avanços registrados pelo tipo carioquinha variaram entre 3,86% em João Pessoa e 11,89% em Belém. Já o feijão preto, pesquisado em apenas cinco estados, subiu em Porto Alegre (2,51%), Curitiba (2,44%) e Rio de Janeiro (0,57%), mas caiu em Vitória (-2,68%) e Florianópolis (-2,20%).
A propósito, as capitais pesquisadas pelo Dieese são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
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