O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) informou que a cesta básica ficou mais cara em todas as 17 capitais pesquisadas em março. E isso ocorreu, principalmente, devido aos avanços registrados por itens muito importantes na mesa do brasileiro.
De acordo com o levantamento, o preço do feijão subiu em todas as capitais, assim como ocorreu em fevereiro. A saber, os avanços registrados pelo tipo carioquinha variaram entre 1,43% em Recife e 14,78% em Belo Horizonte. Já o feijão preto, pesquisado na região Sul e em Vitória e Rio de Janeiro, teve suas altas oscilando entre 1,07% em Porto Alegre e 6,80% no Vitória.
O Dieese explicou que o encarecimento do item ocorreu devido à “baixa oferta do grão carioca e à redução da área plantada”. A saber, a demanda interna continua enfraquecida, principalmente por causa do empobrecimento das famílias do país, mas a alta da busca pelo feijão preto fez as cotações do produto subirem no mês.
O óleo de soja também ficou mais caro em todas as capitais pesquisadas em março. As variações oscilaram entre 2,81% em Belém e 15,89% em Salvador. Segundo o Dieese, o preço do item subiu devido aos impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Em resumo, os conflitos no leste europeu aumentaram o preço do petróleo e, consequentemente, do diesel e da gasolina, seus derivados. Isso fez a produção de biocombustíveis ficar mais vantajosa, impulsionando os preços do óleo.
Ao mesmo tempo, a guerra afetou a produção de óleo de girassol na Ucrânia, que é um concorrente do óleo de soja. A Ásia também está sofrendo com uma quebra na produção do óleo de palma, conhecido no Brasil como óleo de dendê. Aliás, este é o óleo mais consumido do planeta, pois é o mais barato.
Pão francês também fica mais caro e pesa no bolso do brasileiro
O pão francês também teve alta em todas as capitais pesquisadas. Isso aconteceu devido à redução da oferta de trigo no mercado externo, mais uma consequência da guerra na Ucrânia. As maiores altas ocorreram em Aracaju (6,63%), Goiânia (6,36%), Porto Alegre (6,13%) e Natal (5,87%).
A farinha de mandioca, pesquisada no Norte e Nordeste, seguiu o mesmo caminho e ficou mais cara em todas as cidades. Os maiores avanços vieram de Aracaju (13,52%), João Pessoa (8,94%) e Fortaleza (4,89%). Em suma, os preços subiram devido à redução da oferta e ao clima desfavorável no período.
Por sua vez, o preço leite integral subiu em 16 capitais pesquisadas, com destaque para Belo Horizonte (13,09%), Porto Alegre (9,84%), Vitória (9,17%), Curitiba (8,73%) e Goiânia (8,37%). A alta ocorreu devido à redução dos estoques e à competição por matéria-prima entre as indústrias.
O Dieese também revelou que o preço do quilo da manteiga subiu em 15 capitais. Os destaque no mês foram Belo Horizonte (5,19%), Goiânia (4,41%), Curitiba (3,83%) e Natal (3,13%). De acordo com o levantamento, o diminuição da oferta de leite impulsionou a importação da manteiga, gerando o aumento dos preços no varejo.
Por fim, as capitais pesquisadas pelo Dieese são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
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