Os preços dos combustíveis dispararam em 2021 e fizeram muitos motoristas deixarem seus carros nas garagens por bastante tempo. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o diesel, combustível mais usado no país, disparou 45,59% nos 12 meses do ano passado.
Embora seja expressivo, o avanço foi o menor entre os três principais combustíveis do país. Isso porque a gasolina acumulou uma disparada ainda maior no ano, de 46,51%. No entanto, foi o etanol hidratado que registrou o maior avanço em 2021. A saber, o preço do concorrente direto da gasolina nas bombas do país ficou 59,21% mais caro no ano passado.
Todos estes valores superam em muito a inflação do país acumulada em 2021. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 9,26% em 2021, entre janeiro e novembro. A variação de dezembro será conhecida na semana que vem.
A expectativa é que a inflação encerre o ano na casa dos dois dígitos. Seja como for, o valor ficará mais de quatro vezes menor que a alta dos combustíveis, tidos como um dos principais vilões da inflação do país em 2021.
Veja o que provocou o aumento dos preços do combustíveis
No ano passado, a Petrobras aumentou por diversas vezes os valores dos combustíveis nas refinarias do país. Como consequência, os valores ficaram ainda mais caros nas bombas de combustíveis. E isso aconteceu por dois principais motivos: a forte valorização do dólar e a alta expressiva do petróleo.
A saber, o dólar acumulou uma alta de 7,47% no ano ante o real. A valorização anual da moeda norte-americana foi a quinta consecutiva e sucedeu a disparada de 29,36% registrada em 2020. Em suma, a divisa vem ganhando cada vez mais espaço em detrimento da perda de valorização do dólar.
Aliás, o dólar mais caro também impulsionou os preços do petróleo no ano passado. A variante Ômicron até derrubou a commodity no final de novembro, mas o petróleo encerrou o ano próximo aos US$ 80 por barril.
Em 2022, os combustíveis também podem apresentar variações expressivas caso o dólar e o petróleo continuem em alta. Para os motoristas do país, resta torcer para que o cenário em 2022 não seja tão difícil quanto foi em 2021.
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