Os preços das indústrias extrativas brasileiras encerraram setembro com uma forte queda de 16,48% na comparação com o mês anterior. Embora o resultado tenha ficado negativo, a variação acumulada pela atividade continua muito expressiva em 2021.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quarta (27). Aliás, vale ressaltar que os preços das indústrias extrativas dispararam 45,35% em 2020. Já em 2021, a atividade acumula alta de 40,72% entre janeiro e setembro.
Além disso, o IBGE revelou que as indústrias extrativas também registram uma variação ainda mais expressiva nos últimos 12 meses, de 49,71%. A propósito, indústrias extrativas são aquelas que extraem matéria-prima da natureza, englobando produção mineral, extração de petróleo e carvão mineral e indústria madeireira.
Em resumo, o resultado dos preços das indústrias extrativas é um dos componentes da taxa geral do Índice de Preços ao Produtor (IPP), que variou 0,40% em setembro. A saber, o índice analisa o progresso dos preços dos produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete.
O IBGE mede a evolução de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação e abrange bens de capital, intermediários e de consumo separadamente. Os subgrupos de bens duráveis e não-duráveis também passam por análise. Assim, as informações chegam mais precisas e segmentadas.
Veja o que derrubou os preços em setembro
De acordo com o IBGE, a queda dos preços das indústrias extrativas interrompeu uma sequência de três altas consecutivas. Por isso, a variação acumulada em 2021 despencou de 68,49% para 40,72%. Aliás, as indústrias extrativas acumulavam até agosto o maior avanço entre as atividades pesquisadas pelo IBGE. No entanto, o resultado de setembro fez o segmento cair para a quarta posição.
Assim, outras três atividades passaram a apresentar uma variação ainda mais expressiva que as indústrias extrativas: refino de petróleo e produtos de álcool (49,69%), outros produtos químicos (43,38%) e metalurgia (42,13%). Inclusive, o setor não registrava uma queda tão forte quanto a de setembro desde março de 2020 (-17,12%).
Na verdade, entre março do ano passado e setembro deste ano houve uma queda que superou estas duas. Em suma, fevereiro deste ano chegou ao fim com um tombo de 27,91% dos preços das indústrias extrativas. À época, os valores do “óleo bruto de petróleo” derrubaram o setor. Já em setembro deste ano, o principal responsável pelo tombo é o minério de ferro.
Por fim, as indústrias extrativas exerceram o maior impacto no IPP em setembro. A saber, o setor derrubou o índice em -1,24 ponto percentual. Em seguida, ficaram alimentos (0,58 p.p.), outros produtos químicos (0,39 p.p.) e refino de petróleo e produtos de álcool (0,18 p.p.). Contudo, o índice desacelerou no mês graças à atividade.
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