Os preços da indústria química do país encerraram janeiro em leve alta de 0,12%, na comparação com o mês anterior. Com isso, a variação acumulada nos últimos 12 meses chegou a expressiva marca de 56,65%.
A saber, esta foi a segunda maior variação registrada no período, ficando atrás apenas da atividade de refino de petróleo e biocombustíveis, cujos preços dispararam 64,81% nos últimos 12 meses, encerrados em janeiro.
A indústria química também exerceu o segundo maior impacto (4,60 ponto percentual) no Índice de Preços ao Produtor (IPP) no período. A propósito, o índice cresceu 1,18% em janeiro, impulsionado principalmente pelas indústrias extrativas, cujos preços saltaram 9,54% no mês.
Esses dados fazem parte do IPP, levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em resumo, o índice analisa o progresso dos preços dos produtos na “porta da fábrica”. Isso quer dizer que os valores não sofrem variação com impostos e frete.
Na verdade, o IBGE mede a evolução de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, abrangendo bens de capital, intermediários e de consumo separadamente. Ao mesmo tempo, os subgrupos de bens duráveis e não-duráveis também passam por análise. Assim, as informações chegam mais precisas e segmentadas ao mercado, segundo o IBGE.
Veja mais detalhes da variação dos preços da indústria química
De acordo com o IBGE, os preços da indústria química estão muito elevados nos últimos tempos devido a dois fatores principais. O primeiro deles é a forte variação de preços internacionais de diversas matérias-primas do setor. Já o segundo é a demanda aquecida por produtos químicos, configurada pelo aumento das buscas por itens desta atividade.
O IBGE revelou que os produtos que apresentaram as maiores variações positivas nos últimos 12 meses foram: adubos ou fertilizantes à base de NPK; adubos ou fertilizantes minerais ou químicos, fosfatados; herbicidas para uso na agricultura; e superfosfatos.
Todos estes produtos fazem parte do grupo de químicos inorgânicos. Em suma, três principais fatores impulsionaram os preços destes produtos nos últimos meses: “aumentos significativos de insumo como a ureia, menor produção de fertilizantes no mercado externo e apreciação do dólar frente ao real nos últimos seis meses de 2022”, segundo o IBGE.
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