Nos últimos meses, a cenoura vem se destacando nos noticiários de economia do país. Por falar no item, os brasileiros só estão conseguindo economizar se o deixarem nos supermercados e feiras. Isso porque o preço do legume está quase três vezes maior que em 2021.
De acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cenoura acumula uma forte alta de 178,02% nos últimos 12 meses. O legume lidera com folga o ranking dos itens que mais subiram entre maio de 2021 e abril de 2022.
Aliás, os dados fazem parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que variou 1,06% neste mês. Em resumo, esse indicador é considerado a inflação oficial do país.
A saber, a taxa inflacionária do país acumulada nos últimos 12 meses chegou a 12,13%, maior índice para 12 meses desde outubro de 2003 (13,98%). Embora tenha alcançado o patamar mais elevado em 18 anos e meio, a taxa nacional não chega nem perto da disparada dos preços da cenoura no período.
Tomate, café e diesel também disparam em um ano
Segundo os dados do IBGE, o tomate ocupou a segunda posição no ranking dos maiores avanços em 12 meses. Nesse caso, a alta chegou a 103,26%, ou seja, o preço do item está custando mais que o dobro do ano passado. A propósito, essas elevações fazem a salada do brasileiro ficar cada vez mais salgada.
O top dez ainda traz os seguintes itens: abobrinha (102,99%), melão (82,46%), morango (70,39%), café moído (67,53%), transporte por aplicativo (67,18%), batata-inglesa (63,40%), repolho (54,72%) e óleo diesel (53,58%).
Em suma, vale ressaltar que os preços do café estão muito altos devido a problemas climáticos, que afetaram a produção, e ao baixo estoque dos produtores do país. Isso porque a maior parte do estoque brasileiro está com atravessadores, exportadores, traders e empresas.
Já o diesel sofreu dois reajustes da Petrobras em 2022 devido aos altos preços internacionais do barril de petróleo. A saber, a política de preços da estatal segue as cotações internacionais, ou seja, quanto mais alto o valor do petróleo, mais alto tende a ficar o do diesel.
Outros destaques dos últimos 12 meses são: gás veicular (na 13ª posição, com uma variação de 45,18%), etanol (15ª, com 42,11%), gás de botijão (24ª, com 32,34%) e gasolina (26ª, com 31,22%).
Por fim, os dados do IBGE mostram que os combustíveis permanecem como os “vilões” da inflação no país em 2022. Como diversas atividades utilizam os combustíveis, direta ou indiretamente, os seus custos de produção sobem e o consumidor final acaba pagando a conta. Em outras palavras, todo mundo sofre com o aumento dos preços dos combustíveis.
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