Segundo especialistas, alimentos e bebidas serão os maiores contribuintes para a inflação do ano de 2022. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quarta-feira, 10 de janeiro, os últimos números do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor). Por isso que hoje, nós vamos informar que o preço dos alimentos sobe e preocupa consumidores.
Preço dos alimentos sobe e preocupa consumidores
O preço dos alimentos e bebidas contribuiu significativamente para a taxa de inflação geral do país, que subiu 5,79 % no ano passado. Enquanto os preços da gasolina aumentaram 2,34% em 2021 (como proporção da inflação geral do ano de 10,06%, medida pelo IPCA), o custo de alimentos e bebidas assumiu esse papel no ano seguinte.
Isso se deve ao fato de o custo desses itens ter aumentado 11,64% ao longo de 2022, ou 2,41% em relação à taxa de crescimento geral da inflação de 5,79%. Assim, valores específicos de produtos subiram, como o valor de alho e cebola. Isso foi destacado pelo Centro Internacional da Batata. Consumidores de supermercados, mercados de produtores e feiras livres notaram um forte aumento no preço desse grão nos últimos 12 meses.
Mas a alta do preço do alho foi mais sentida pelos moradores de Belém do Pará, onde chegou a impressionantes 171,45% ao longo de um ano. Chamou a atenção do IBGE porque, em 2022, enquanto o custo da alimentação e bebidas subiu, o custo do combustível caiu. O preço da gasolina, por exemplo, caiu mais de 25% ao longo dos meses do ano.
Alguns apontaram como explicação a proposta de redução dos impostos sobre combustíveis pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Além da queda mundial do preço do barril de petróleo bruto.
Preço dos alimentos mais caros em 2022
O IBGE constatou que os percentuais de aumento maiores em 2022 estavam relacionados à indústria de alimentos. Veja:
- Cebola – 130,14%;
- Inhame – 62,96%;
- Maçã – 52,03%;
- Batata-inglesa – 51,92%;
- Farinha de mandioca – 38,56%;
- Frutas – 24%;
- Milho – 35,24%;
- Farinha de trigo – 31%.
Houve razões para o aumento dos preços dos alimentos em 2022?
Existem certos fatores domésticos e globais em jogo aqui, que explicam por que a inflação de alimentos foi apontada como o maior problema enfrentado pela economia em 2022. A declaração de guerra da Rússia e da Ucrânia teve um efeito devastador na exportação global de gérmen de trigo. Isso porque esses dois países são os principais responsáveis por cerca de 30% do total das exportações do produto.
Como resultado, o custo do trigo — usado para fazer pão, biscoitos, muffins, granola e outros produtos de panificação — aumentou, o que, por sua vez, elevou o preço do produto acabado e o custo de uma típica mercearia. O custo de alimentos básicos como alface, tomate e leite aumentou significativamente no Brasil como resultado das mudanças climáticas.
Mas a má notícia é que a inflação terminou o ano de 2022 em 5,79%. As condições de seca prejudicaram as colheitas e os produtos colhidos. O preço do petróleo bruto internacional afetou não só a compra de produtos contendo adubos e fertilizantes, mas também o fornecimento de máquinas.