De acordo com o Índice de Preços de Alimentos apurado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o preço dos alimentos atingiu o maior índice em uma década. Ao todo foram contabilizados 130 pontos somente no mês de setembro.
Estes números representam um aumento de 32,8% em comparação ao mesmo período em 2020. O levantamento considerou a alta na inflação dos alimentos ao fazer esta pesquisa e compreendeu que este foi o método utilizado para resultar no aumento expressivo dos óleos vegetais e cereais.
Os cereais tiveram um aumento médio de 132,5 pontos em setembro. Uma diferença de 27,3% em comparação ao mesmo período em 2020. No que compete aos preços internacionais do trigo, estes foram os preços mais abusivos identificados até o momento, com uma alta na média de 4% ao mês.
O arroz e a cevada também estão mais caros, enquanto o milho se manteve em um patamar estável no mercado internacional, fechando setembro em 0,3% acima de agosto. Mas apesar da estabilidade recente, o preço do milho teve um aumento médio de 38% no acumulado de 12 meses em comparação com a mesma época em 2020.
Já os óleos vegetais registram uma média de 168,6 pontos, uma alta equivalente a 1,7% em relação a agosto deste ano. Ao analisar as cotações internacionais do óleo de palma, é possível observar que atingiram os níveis mais altos dos últimos dez anos. Este aumento abusivo pode ser justificado pela falta de mão de obra combinada à alta demanda.
Enquanto o óleo de canola teve uma baixa global impulsionando o aumento no preço dos produtos, os óleos de soja e de girassol tiveram uma queda nos preços. Essa queda é proveniente da incerteza do mercado quanto à adoção do produto pela indústria de biodiesel, junto às perspectivas de oferta de óleo de girassol na safra de 2021 e 2022.
A carne já se tornou um artigo de luxo na rotina dos brasileiros. Devido à baixa disponibilidade de gado a ser abatido na Oceania e na América do Sul, o mercado global foi pressionado, resultando no aumento dos preços da carne bovina conforme o relatório. Carnes ovinas também estão mais caras.
Em contrapartida, o frango que estava em alta a nove meses seguidos teve uma baixa nas cotações no mês de setembro. A mesma situação aconteceu com a carne suína em virtude da baixa demanda na China e na Europa. Porém, mesmo diante dessas quedas pontuais, no geral o preço das carnes apresentou um aumento de 26,3% em comparação ao mesmo período em 2020, concluindo o mês de setembro em 115,5 pontos.
Os laticínios não ficaram para trás no relatório da FAO. O subíndice de laticínios apresentou uma média pontual de 117,9 em setembro, uma alta de 1,5% ante agosto e de 15,2% em comparação a 2020.