A cotação do trigo subiu mais de 100% em um ano na Bolsa de Chicago. A commodity, muito utilizada em diversos países, vem se tornando uma verdadeira dor de cabeça para muita gente. Isso porque os preços de produtos que utilizam o trigo estão cada vez mais altos.
Em resumo, a pandemia da covid-19 começou a elevar o preço da commodity por causa dos gargalos nas cadeias globais de suprimentos. A situação ficou mais crítica com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, grandes produtos e exportadores mundiais de trigo.
A saber, a Rússia é o terceiro maior produtor mundial do grão e o maior exportador global, respondendo por cerca de 17% do comércio do planeta. Já a Ucrânia é o quarto maior exportador de trigo. Como a guerra vem afetando o escoamento dessa produção, os preços tendem a subir, uma vez que a oferta segue reduzida.
Além disso, a Índia também suspendeu as exportações de trigo devido a uma forte onda de calor que castiga o país. Os incêndios naturais estão destruindo boa parte da produção nacional da commodity, e o governo indiano resolveu segurar o item para não haver escassez no mercado interno. A propósito, a Índia é o segundo maior produtor mundial de trigo, atrás apenas da China.
Como se tudo isso não fosse ruim o suficiente, a Argentina, que é a maior fornecedora de trigo ao Brasil, também está segurando as exportações para que o preço interno não suba muito.
Preço do trigo pode subir ainda mais nos próximos meses
A situação para os brasileiros não está fácil. A expectativa é que os preços do trigo subam ainda mais nos próximos meses. Em suma, o país se preocupa com os próximos três meses, pois entra no período de entressafra, ou seja, a disponibilidade do grão ficará ainda menor.
A safra de trigo no inverno do Brasil deverá ser grande, mas isso também não é indicativo de maior oferta interna. Como o grão está muito valorizado, com o preço internacional elevado, os produtores acabam optando por vender para o exterior, pois o rendimento é maior. Assim, o país precisa importar a commodity para abastecer a população brasileira.
Em outras palavras, os brasileiros deverão sofrer nos próximos meses com preços ainda mais elevados de produtos que utilizam trigo. A saber, entre 50% e 60% do trigo consumido no país é importado. Isso quer dizer que pães, bolos, massas e biscoitos deverão ficar ainda mais caros nos supermercados.
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