Nesta quinta-feira (24), os mercados refletiram as preocupações do mundo com a invasão da Rússia à Ucrânia. Após tanta especulação e expectativas sobre quando isso ocorreria, o país de Vladimir Putin colocou seu plano em ação e invadiu seu vizinho. E o petróleo reagiu diretamente a este cenário.
A saber, a cotação do barril Brent, que é a referência mundial, saltou 2,3% na sessão. Com isso, o preço do barril chegou a US$ 99,08 na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Aliás, a referência chegou a atingir US$ 105,79 na máxima da sessão, maior patamar desde 2014, mas perdeu força ao longo do dia e fechou abaixo dos US$ 100.
Já o barril de petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, teve um avanço mais tímido no dia, de 0,71%. O barril fechou o pregão cotado a US$ 92,81 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). Na máxima do dia, alcançou US$ 100,54, mas também perdeu o fôlego até o final da sessão.
Com o acréscimo destes resultados, o petróleo fortaleceu ainda mais o seu desempenho em 2022. Embora ambas as referências tenham caído na semana passada, os ganhos seguem expressivos no ano. Em suma, o barril Brent tem valorização de mais de 22% no ano. Por sua vez, o WTI tem um resultado semelhante, com alta de quase 23%.
Vale destacar que a commodity fechou 2021 com ganhos acumulados de mais de 50%. Aliás, muitos pensaram que o resultado só havia acontecido devido à fraca base comparativa de 2020, afetada fortemente pela pandemia da Covid-19, que afundou os preços do petróleo. No entanto, a commodity permanece com forte valorização em 2022.
Invasão russa deverá elevar a inflação global
Como muitos sabem, o planeta vem sofrendo com uma inflação bastante elevada nos últimos meses. Em resumo, isso ocorre devido aos impactos provocados pela crise sanitária. E um dos principais fatores que estão impulsionando a taxa inflacionária são os altos preços da energia.
Com a invasão russa, a expectativa é que a inflação suba ainda mais no planeta. Como consequência, os bancos centrais globais devem promover um aperto monetário ainda mais firme. Nos Estados Unidos, as dúvidas sobre a elevação dos juros no próximo mês parecem ter caído por terra assim como as bombas lançadas por Moscou na Ucrânia.
No Brasil, a taxa básica de juros, a Selic, está a 10,75% ao ano. Os analistas acreditavam que a taxa encerraria 2022 a 12,25% ao ano, mas a taxa pode subir ainda mais com a invasão da Rússia. Em resumo, a guerra tende a impactar o mundo com preços cada vez mais elevados, especialmente das commodities.
Leia Mais: Indicador de clima econômico da América Latina segue em queda