Os barris de petróleo parecem ter caído de um avião em pleno voo e sem paraquedas, ou melhor, jogados de lá. Nesta quinta-feira (19), tanto o petróleo Brent, que é referência mundial, quanto o WTI, referência americana, emendaram o sexto pregão seguido de queda. Agora, ambos estão prestes a alcançar o “bear market”.
Em resumo, os contratos futuros para outubro do barril do petróleo Brent, tombaram 2,60%, para US$ 66,45 na ICE, em Londres. Da mesma forma, os contratos para o petróleo dos Estados Unidos (WTI) para setembro recuaram 2,62% na sessão, fazendo a negociação do preço do barril cair parar US$ 63,50 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
Vale destacar que os seis pregões seguidos de queda é a sequência mais longa de resultados negativos desde 28 de fevereiro. Além disso, ambos os barris se aproximam do chamado “bear market”, que corresponde a perdas superiores a 15% de algum ativo em relação ao seu pico recente. Nesse caso, o Brent está próximo de 14% de perda desde seu pico de US$ 77 por barril no início de julho. Já o WTI está ainda mais pertinho dos 15%.
Veja o que vem pressionando o preço do petróleo
Em primeiro lugar, o avanço da variante Delta do novo coronavírus está causando bastante dúvida entre os mercados sobre a recuperação econômica global. A saber, a cepa é 50% mais transmissível que a variante responsável pela maioria dos casos no ano passado. E a Delta está elevando o número de casos e mortes no planeta há semanas, bem como ajudando nas quedas do preço do petróleo há semanas.
Mais recentemente, o mundo também direcionou sua atenção ao Afeganistão. Em resumo, o grupo extremista Taleban assumiu o governo do país no início desta semana, com a tomada da capital Cabul no último domingo (15). E isso ocorreu, principalmente, devido à retirada das tropas norte-americanas restantes do país asiático.
A situação no Afeganistão é considerada um problema global a ser monitorado pelos investidores. Isso porque o país pode se tornar palco de ataques e conflitos internacionais, o que afetaria a produção de petróleo do Oriente Médio, que pode ficar fortemente comprometida num futuro próximo.
Por fim, pressionando ainda mais os preços do petróleo, a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, sinalizou que o fim dos estímulos praticados pelo banco na economia americana deve ocorrer bem antes do esperado. Diante destas notícias, os investidores não pensaram duas vezes em se desfazer dos seus contratos de petróleo nesta quinta.
Leia Mais: Lupo pede autorização para oferta inicial de ações (IPO)