Os preços do petróleo fecharam a sessão desta terça-feira (6) em forte queda. A saber, as divergências entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes em torno da duração das restrições à produção da commodity aumentaram o temor global sobre uma adoção de posturas individualistas pelos grandes países produtores de petróleo.
Com isso, os contratos futuros para setembro do barril do petróleo Brent, referência mundial, afundaram 3,40%, para US$ 74,53 na ICE, em Londres. Da mesma forma, os contratos para o petróleo dos Estados Unidos (WTI) para agosto despencaram 2,38%, fazendo o preço do barril cair parar US$ 73,37 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
Vale destacar que os barris até iniciaram o dia com forte alta. Aliás, o WTI chegou a atingir o maior valor dos últimos seis anos durante o pregão. O barril superou US$ 76,90 pela primeira vez desde novembro de 2014. No entanto, a trajetória reverteu seu movimento e todo esse valor derreteu até o final do dia.
Isso aconteceu porque os investidores pensaram, num primeiro momento, que as divergências entre Arábia e Emirados seriam benéficas. Em resumo, achavam que haveria uma demora ainda maior para que os barris de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) voltasse ao mercado.
Contudo, a avaliação do mercado mudou para uma bem mais pessimista. Nesse caso, o temor sobre a adoção de posturas individualistas prevaleceu, uma vez que os países podem começar a aumentar sua produção de petróleo quando bem quiserem, elevando a oferta, o que pode derrubar o preço dos barris.
Confira mais detalhes do corte de produção da Opep+
A saber, os países da Opep+ vem adotando desde abril de 2020 uma postura de corte da produção de petróleo. A decisão foi tomada por causa da maior queda mensal da história dos preços da commodity, em março do ano passado, mês em que houve a decretação da pandemia da Covid-19.
De lá pra cá, a organização vem elevando gradativamente essa produção, cujo corte acordado entre os membros foi de 10 milhões de barris por dia. Atualmente, os limites estão em cerca de 5,8 milhões de barris. E a Opep+ até parecia estar a caminho de mais elevações da produção, mas isso não aconteceu.
Em suma, os Emirados Árabes querem aumentar a sua produção de petróleo. Além disso, o país se opôs a estender os cortes de produção até dezembro de 2022. A propósito, o acordo prévio apontava o fim dos cortes em abril de 2022. Tudo isso fez a reunião da Opep+ na última sexta (2) chegar ao fim sem uma conclusão.
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