A população brasileira vem sofrendo nos últimos anos com o aumento dos preços dos bens e serviços. A inflação no país ficou tão alta no ano passado que acabou estourando a meta, e isso também deverá acontecer em 2022. Em outras palavras, o poder de compra do consumidor só fez diminuir nos últimos anos.
Essa situação pode ser confirmada ao analisar os dados da 3ª edição do “Estudo Sobre Variação de Preços dos Produtos na Pandemia”, realizada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). A saber, o estudo pesquisou a variação dos preços de 40 produtos entre março de 2020 e maio de 2022. E o resultado surpreendeu.
Em resumo, a variação média de preços foi de 57,50% no período. Esse valor superou em quase três vezes a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que saltou 19,9%. Aliás, o IPCA, pesquisado pelo IBGE, representa a inflação oficial do país.
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Ovo se destaca, com variação superior a 200%
A saber, o levantamento do IBPT revelou que 38 dos 40 itens pesquisados tiveram uma variação superior à inflação do país. Em suma, as únicas exceções foram caneta esferográfica comum (unidade), que subiu 6,98%, e caderno de 10 matérias (unidade), com alta de 4,47%.
Entre os muitos avanços, o ovo se destacou nos últimos meses, acumulando uma variação de 222,03%. Veja abaixo os dez itens que registraram os maiores aumentos dos preços no país entre 2020 e 2022.
- Ovo (dúzia): 222,03%;
- Argamassa (20 kg): 159,36%;
- Açúcar (kg): 130,41%;
- Leite integral (litro): 124,50%;
- Carne bovina (kg): 111,01%;
- Frango (kg): 89,98%;
- Etanol comum (litro): 84,14%;
- Farinha de mandioca (kg): 83,68%;
- Refrigerante (2 litros): 80,16%;
- Vídeo Game PS 5: 78,78%.
Vale destacar a variação dos combustíveis, que exercem muita influência na renda dos brasileiros. Em síntese, o litro do óleo diesel ficou 74,41% mais caro entre 2020 e 2022, enquanto o litro da gasolina comum subiu 57,23% no período.
“Na primeira edição do estudo, divulgada em agosto de 2021, o produto que apresentou maior variação de preço, acima da inflação oficial, foi o arroz, com índice de 122,97%. Já na segunda edição, de fevereiro deste ano, o destaque foi a carne bovina, que havia aumentado 133,70%, nessa mesma comparação”, disse o presidente executivo do IBPT, Dr. João Eloi Olenike.
“Agora temos os ovos (dúzia), como o grande vilão com índice de 202,13% acima da inflação”, acrescentou.
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