Entra semana, sai semana, e o minério de ferro continua apanhando sem parar. A saber, o preço da commodity afundou 8,8% nesta segunda-feira (20). Com isso, a cotação do minério no porto de Qingdao, na China, que é a referência internacional, caiu para US$ 92,98 por tonelada.
A última vez que a tonelada do minério havia sido cotada abaixo dos US$ 100 dólares foi em julho do ano passado. Com o forte recuo nesta segunda, a commodity caiu para o menor preço desde de maio de 2020, ou seja, em mais de 16 meses.
Com o acréscimo dessa queda, o minério com teor de 62% de ferro agora acumula perdas de 39,5% apenas em setembro, segundo a publicação especializada Fastmarkets MB. Na parcial de 2021, o tombo é um pouco mais intenso, perto dos 42,5%.
Vale ressaltar que o preço do minério havia batido recorde em maio, com a tonelada custando US$ 237. Esse valor representava uma disparada de 47% no acumulado do ano. No entanto, a valorização do minério já foi zerada há tempos e a desvalorização do minério em relação ao recorde chega a 61% ou perdas de US$ 145 dólares.
O minério de ferro vem sofrendo fortes quedas em seu valor de mercado desde o final de junho. Diversos fatores contribuem para essa situação. Aliás, esses tombos recorrentes tendem a prejudicar o desempenho de empresas ligadas ao setor no terceiro trimestre de 2021.
Veja o que vem motivando a queda da cotação do minério de ferro
A China continua impondo restrições à produção de aço no país. O governo chinês está limitando a operação de usinas siderúrgicas, com o objetivo de cumprir metas ambientais. Isso provocou a redução do ritmo da produção mundial de aço em julho.
A saber, 99% do minério de ferro produzido vai para a fabricação de aço e ferro fundido. Como a produção de aço segue limitada, a demanda por minério cai, puxando consigo os preços da commodity. E a China é simplesmente a maior produtora mundial de aço.
Além disso, o risco de calote da Evergrande, segunda maior incorporadora da China, ajuda a afundar ainda mais o preço do minério de ferro. Em suma, isso ocorre porque a Evergrande é uma das principais consumidoras de produtos siderúrgicos do país. E a construção civil tem uma demanda de aço bastante elevada.
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