O preço do leite longa vida caiu pelo quinto mês consecutivo nos supermercados do país. Em dezembro de 2022, o item ficou 3,83% mais barato que em novembro, aliviando um pouco mais o bolso dos brasileiros, após os altos valores registrados no início do segundo semestre.
Apesar dos recuos mensais nos últimos meses do ano, o leite acumulou uma forte alta em 2022. De acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do leite ficou 26,18% mais caro em 2022, em comparação com 2021.
Vale destacar que os recuos registrados entre agosto e dezembro de 2022 foram fundamentais para reduzir a taxa acumulada em todo o ano passado. A saber, o leite chegou a registrar uma variação de 77,84% em julho, taxa quase três vezes superior aos 26%. Contudo, os altos preços não se sustentaram nos últimos meses.
Isso explica por que o leite fechou o ano com uma variação tão firme, mesmo registrando quedas recorrentes nos últimos meses.
A propósito, o IPCA é considerado a inflação oficial do Brasil. Em 2022, a taxa inflacionária estourou a meta pelo segundo ano consecutivo. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, até publicou uma carta aberta, explicando os motivos que levaram a inflação a superar a meta novamente no ano passado.
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Preço do leite deve continuar caindo nos próximos meses
De acordo com especialistas, o preço do leite deve seguir em queda no país, gradativamente, nos primeiros meses de 2023. Em resumo, os altos valores cobrados pelo item não se sustentaram no segundo semestre de 2022, pois a demanda caiu significativamente, forçando a queda do preço para a população.
No final do primeiro semestre de 2022, dois fatores ajudaram a encarecer o leite no país. O primeiro deles foi o período de entressafra, que se prolongou entre março e setembro. Neste período, as pastagens ficam mais secas, o que ajuda a reduzir a oferta de leite no mercado.
Já o segundo fator se referiu aos custos da produção, que estavam muito altos em todo o mundo. Em suma, os produtores estavam gastando mais com os gados, e esses custos chegaram inevitavelmente aos consumidores.
“A partir de agosto, com a proximidade do fim do período de entressafra, os preços iniciaram uma sequência de quedas até o final do ano, sendo a mais expressiva delas em setembro (-13,71%)”, informou André Almeida, analista do IPCA.
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