Muita gente não consegue viver sem um cafezinho. A bebida tão popular no Brasil aquece em dias frios, desperta quando o cansaço bate e acompanha diversas refeições no dia. Contudo, o preços do café vem disparando sem precedentes nos últimos tempos.
A saber, a saca do grão custava R$ 598,23 na Bolsa de Valores de Nova York em dezembro de 2020. Um ano depois, o valor chegou a R$ 1.441,82. Isso corresponde a um salto de 141% no período, ou R$ 843. Com isso, o preço atingiu o maior patamar em 25 anos.
Para os consumidores, a alta não ficou tão expressiva, mas o avanço acumulado em um ano pesa no bolso dos apaixonados por café. Em novembro, o preço do café moído teve alta de 7% nas prateleiras do supermercado, na comparação com outubro.
Já em 12 meses, a disparada acumulada chegou a 42%. Estes dados fazem parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. O salto de mais de 40% é bem superior ao avanço de 10,74% da inflação no período. Isso mostra que o café é um dos vilões da inflação no país em 2021.
Veja o que está impulsionando o preço do café no ano
Em resumo, há dois motivos principais para a disparada dos preços do café no ano. O primeiro deles é a valorização do dólar, que encerrou 2021 com o quinto avanço consecutivo ante o real.
A saber, o Brasil é o maior produtor mundial de café, e o país vende o produto no mercado interno a preço de exportação. Isso quer dizer que o grão sofre influência direta da moeda americana, pois está cotado na Bolsa de NY em dólar.
Ao mesmo tempo, a escassez de chuvas e a geada ajudaram a aumentar os preços do grão nos últimos meses. Como os produtores passaram diversos meses preocupados com o clima, aumentaram o valor do café. Aliás, a baixa oferta global deu mais uma forcinha à alta dos preços no período.
“Esse preço vai ficar firme até março, ainda com viés de alta. E, a partir de março, quando tivermos mais esclarecido quanto vai ser a safra, o preço deve se estabilizar”, explicou Celírio Inácio, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Resta aguardar e torcer para isso.
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