Nos últimos meses, a cebola assumiu o papel de “vilã” da inflação no país. A saber, o preço do quilo do legume disparou 166,21% no Brasil no acumulado dos últimos 12 meses, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A saber, o indicador é considerado a inflação oficial do país.
Neste mês, o IPCA subiu 0,41%, segunda alta consecutiva. Em 12 meses, o indicador registra uma alta de 5,90%, taxa 28 vezes menor que a variação acumulada pela cebola no mesmo período.
Em novembro, a cebola ficou 23,02% mais cara, na comparação com outubro. Essa foi a maior alta entre todos os itens pesquisados pelo IBGE no mês. Isso mostra que a disparada nos preços do item vem acontecendo há bastante tempo, afetando cada vez mais as famílias brasileiras.
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O que está fazendo o preço da cebola disparar?
De acordo com especialistas, os agricultores reduziram a área plantada do legume. Em síntese, isso aconteceu porque eles ficaram sem recursos para investir no cultivo. A saber, cerca de 70% da colheita de cebola no país é feita por pequenos agricultores familiares.
Em 2021, a produção do legume aconteceu de maneira excessiva, resultando na diminuição do preço pago aos agricultores. Agora, em 2022 os prejuízos estão sendo revertidos com uma produção menor, segundo Mariana Marangon, do Centro de Estudo de Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Além disso, houve imprevistos climáticos na Região Nordeste que ajudaram a pressionar os preços da cebola. Outro fator que contribuiu para isso foi o encarecimento de matérias-primas, como defensivos agrícolas e fertilizantes.
Por fim, a expectativa é que os preços da cebola continuem em patamar elevado por mais algum tempo. A título de comparação, o item ficou 9,31% mais caro em novembro, em relação a outubro. Isso acende o alerta para o resultado de dezembro, que poderá ser ainda mais expressivo que o do mês passado.