Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou neste sábado (02) que a instituição chefiada por ele está estudando “alguma medida para melhorar” a modelagem das compras parceladas no cartão de crédito. De acordo com o presidente do Banco Central, que deu sua declaração durante um evento nos Estados Unidos, atualmente, o cartão de crédito é um instrumento usado para fidelizar o cliente e que, quanto mais cartões, maior a inadimplência.
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Para ele, todos os elos do negócio precisam conversar e o parcelado sem juros precisa ser sustentável. “Parcelamento sem juros é 15% do crédito. É um instrumento de crédito que não incide juros, mostra uma anomalia no produto. Então a gente precisa conversar, os outros elos do negócio precisam entender que a gente precisa ser sustentável para frente, porque se não for sustentável todo mundo vai perder”, disse.
Segundo o presidente do Banco Central, hoje, existe um receito de que haja um problema maior de inadimplência que gere um travamento. “Isso sim impacta o consumo. Lembrando que 40% do consumo brasileiro é cartão de crédito. Nenhum outro lugar do mundo é tão alto”, disse ele.
No mesmo evento, o empresário João Doria, ex-governador de São Paulo, fez um discurso em defesa do parcelamento sem juros. “Tirar o parcelado a uma parte sensível da população é não dar chance a população a ter acesso a produtos e serviços”, afirmou ele, que foi amplamente aplaudido após sua fala.
Presidente do Banco Central elogia o PIB
Durante sua fala, Campos Neto também falou sobre o resultado do Produto Interno Bruno (PIB) registrado no segundo semestre deste ano. Segundo o presidente do Banco Central, o número alcançado foi “bastante bom”.
Assim como publicou o Brasil123, a economia brasileira cresceu 0,9%, enquanto a expectativa do mercado era de 0,3%. O crescimento foi de 3,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. Ao falar sobre o tema, Campos Neto destacou o desempenho da indústria e do setor de serviços.
“A parte da indústria veio melhor, de serviços veio melhor, a agricultura que tinha contribuído muito veio negativa, mas de forma geral o número foi qualitativamente melhor”, disse ele, finalizando que o PIB maior, “inclusive, deve refletir em uma arrecadação melhor, porque o número tem uma qualidade melhor”.
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