Há muito tempo que a poupança deixou de ser sinônimo de rentabilidade. A aplicação financeira mais tradicional do país vem registrando resultados negativos há meses, e os brasileiros que pensam em guardar dinheiro na aplicação financeira para “render” devem repensar suas ações.
De acordo com um levantamento da provedora de informações financeiras Economatica, a rentabilidade real da poupança no acumulado de 12 meses ficou negativa em 6,20% em março deste ano. A entidade chegou a esse valor após desconto da inflação anual, que encerrou o mês com uma variação de 11,30%.
A saber, março foi o 19º mês consecutivo de rentabilidade negativa da poupança, ou seja, a última vez que a caderneta teve uma rentabilidade real positiva foi em agosto de 2020.
Para se ter uma ideia da perda de rentabilidade da poupança, a caderneta fechou 2021 com uma taxa negativa de 6,37%. Em resumo, este foi o terceiro ano seguido que o poupador que deixou dinheiro na aplicação viu o seu poder aquisitivo diminuir.
Outros ativos têm rendimento ainda mais negativo que a poupança
A inflação registrada em março surpreendeu analistas e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Como a taxa veio acima do esperado, economistas projetam que a taxa básica de juro da economia supere os 13% ao ano em 2022. Atualmente, a taxa está em 11,75% ao ano, maior patamar desde abril de 2017.
Os juros altos no país tendem a aumentar o rendimento dos ativos da renda fixa. Contudo, a poupança só acumula perdas de rentabilidade nos últimos tempos. No entanto, vale destacar que o resultado da caderneta não é o pior do país.
Os brasileiros que deixam de escolher a poupança para buscar uma aplicação financeira mais rentável precisam tomar cuidado. Segundo a Economatica, outras aplicações acumulam perdas ainda mais intensas que a poupança nos últimos 12 meses. Veja abaixo quais são:
- Ibovespa: -7,56%;
- Fundos imobiliários: -12,26%;
- Ouro: -14,82%;
- Dólar: -25,28%;
- Bitcoin: -43,25%.
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