O estado norte-americano do Texas aprovou uma lei pró-armas que já está em vigor desde o início deste mês. Trata-se da permissão legal para a posse de arma de fogo livremente em ambientes públicos sem a licença que, até então, era necessária.
Além do documento, os texanos também eram obrigados a realizar um treinamento com o propósito de assegurar que estariam preparados para o manuseio da arma quando e se necessário. A aprovação dessa lei gerou polêmica e incessantes críticas proferidas por especialistas que acreditam na tendência de aumento do índice de violência no Estado.
A lei que rege o denominado “porte constitucional” é a última medida de uma série de tratativas que visam liberar e ampliar a aquisição de armas pelos texanos. No entanto, a iniciativa é um pouco confusa e preocupante, tendo em vista que os índices de violência aumentaram não somente no Texas, mas em todos os Estados Unidos da América (EUA).
Conforme apurado, o número de tiroteios no Texas, deixando de lado aqueles que terminaram em suicídios, teve um aumento de 14% em 2021. Ou seja, foi um total de 3.200 tiroteios se comparado ao mesmo período em 2020, época em que houveram 2.800 registros. Os dados foram obtidos pelo Gun Violence Archive (GVA). No que compete a incidências relacionadas a incidentes de violência armada em 2022, nota-se um aumento de 50% em comparação com 2020.
De acordo com o especialista em políticas da maior organização de prevenção à violência armada do país, Andrew Karwoski, a revogação integral da licença para a posse de armas seria uma mudança extremista. “Permitir que quase qualquer pessoa carregue uma arma em público, sem perguntas, sem verificação de antecedentes ou treinamento de segurança, é realmente perigoso”, ponderou.
Proposições como a recém aprovada têm sido tratadas por ativistas conservadores durantes anos, apesar de terem ficado estagnadas no Legislativo do Texas por um bom tempo. Em parecer recente, o governador do Texas, Greg Abbott, assinou o projeto incumbindo a liberdade no estado. No que compete à Câmara dos Representantes do estado, a aprovação ficou em 82 contra 62, sendo a oposição por parte dos democratas, alguns líderes policiais e defensores do controle de armas.
Para o chefe da polícia de Dallas, Eddie Garcia, quanto mais pessoas puderem carregar armas livremente em público, mais difícil será a diferenciação entre a pessoa de bem e o bandido. Ele ressalta que o manuseio de uma arma de fogo não requer apenas a familiaridade com o objeto, mas com um sistema como um todo junto a um nível de proficiência.
A lei denominada de House Bill 1927 regulamenta as ações dos texanos com 21 anos ou mais, excluindo aquelas pessoas que estão legalmente proibidas de possuir armas de fogo. É o caso de condenados por crime, agressão, violência doméstica ou ameaças terroristas.