A alta da gasolina vem sendo uma das principais vilãs do aumento do custo de vida dos brasileiros. Por conta disso, a sociedade e até mesmo os políticos vêm debatendo sobre as medidas mais corretas para combater isso. E diante de um lucro exorbitante da Petrobrás no primeiro trimestre do ano, a sociedade se deparou com a ideia de tabelamento de preços dos combustíveis no Brasil.
Contudo, economistas do mundo todo criticam fortemente essa ideia. Isso porque essa medida, em vez de melhorar a situação do país, pode gerar a falta do produto nos postos. Por isso, hoje vamos entender os motivos de a Petrobrás não fixar um preço da gasolina nas bombas dos postos.
Entendendo os motivos da alta dos combustíveis
Para entender o atual cenário da gasolina no Brasil e no mundo, é preciso relembrar do início do ano de 2020, nas vésperas da pandemia que assolou, e ainda assola, o mundo. Isso porque, no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o novo coronavírus como pandemia mundial e isso gerou efeitos catastróficos para a economia.
Nesse dia, o preço do petróleo estava em torno de US$ 25 dólares o barril. Contudo, à medida em que a pandemia avançava, as pessoas precisavam ficar em casa para controlar a disseminação do vírus. Isso afetou também os trabalhadores das empresas de extração e refino de petróleo. Ao longo dos meses, a quantidade de petróleo diminuiu no mundo. Com isso, diminuiu-se a quantidade de gasolina nos postos. Isso, por si só, fez os preços do petróleo subir no mundo todo. Em 11 de março de 2021, o preço do barril estava em torno de US$ 63 por barril, ou seja, em um ano o preço do barril mais que dobrou.
No final do ano, países começaram a flexibilizar as restrições e, com isso, as pessoas voltaram ao trabalho de forma gradual. Para isso, precisaram de combustíveis para se locomoverem. Isso fez aumentar a demanda por gasolina, que não foi acompanhada, na mesma ordem, pelo aumento da produção das empresas. O resultado é um atual barril a US$ 111.
E a Petrobrás não vai fixar o preço da gasolina?
Economistas criticam a ideia de a Petrobrás fixar o preço da gasolina. Isso porque quando a empresa faz isso, ela não tem aumento na receita. Isso é um problema principalmente quando os custos da empresa para produzir a gasolina aumentam.
Vamos dar um exemplo: digamos que a Petrobrás gaste R$ 4,50 para produzir gasolina, já com todos os impostos e encargos. Se a empresa fixar o preço da gasolina em R$ 5,00, ela até terá um lucro no início. Contudo, se o custo dela aumentar para R$ 5,10, ela passa a ter prejuízo para produzir a gasolina. Isso começará a afetar a empresa, que precisará usar seus lucros para repor as perdas.
Porém, uma hora o dinheiro da empresa vai acabar e, com isso, o financiamento dos preços também finalizará. Com isso, a empresa passará a produzir menos gasolina e o consumidor começará a sentir falta do produto nas bombas.
Por conta disso, economistas acreditam que o reajuste periódico é a melhor forma de evitar o desabastecimento do produto.