As queimadas no Amazonas sempre foram alvo de muita polêmica e um tema muito recorrente. A saber, diversos culpados são apontados ao longo do tempo.
Agora, a sua capital Manaus, vem sofrendo cada vez mais com uma seca extrema, baixa qualidade do ar e queimadas em cidades vizinhas.
“Aqui, no município de Manaus, e na região metropolitana, já há relatos de comunidades com muita dificuldade de locomoção, sendo que os rios, igarapés e lagos são os meios de locomoção mais comuns, principalmente para a população de menor renda aqui no Amazonas”, relata o porta-voz do Greenpeace Brasil, Rômulo Batista.
“Então, já há dificuldade para essas comunidades de acesso à sede do município, tanto para serviço bancário, saúde, educação, e até mesmo para alimentação e abastecimento de água potável, em especial na região de Várzea, onde não existe a possibilidade de ter um poço para coletar água potável”, completa Rômulo.
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Queimadas no Amazonas
Diante desse cenário, a qualidade do ar segue ruim em vários pontos de Manaus. Na escala da plataforma Selva, que mede os índices de poluição do ar de 0 a 160 µg/m3 (microgramas por metro cúbico), Manaus chegou a ultrapassar os 200 µg/m3.
Aliás, a situação não é de agora. Isso porque a fumaça das queimadas passou a invadir a capital ainda em agosto.
Contudo, o problema se agravou nos primeiros dias de outubro, quando foi registrado recorde de pontos de calor no Amazonas.
Ainda mais, foram detectados 2.940 focos de queimadas no Amazonas na primeira quinzena de outubro. Vale mencionar que o índice supera a média histórica para o mês, segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Então, finalmente, no início desta semana, Manaus registrou 37 milímetros de chuva, um alento para a população que tem sofrido com a baixa qualidade do ar e a seca extrema.
“Apesar de a gente ter tido chuvas locais aqui próximas a Manaus, que contribuíram muito para dissipar a fumaça que estava aqui durante semanas e apagando as queimadas em torno do município, essas chuvas não foram em todo o estado. E a gente sabe que boa parte dessa fumaça que chega a Manaus vem de regiões mais longínquas, seja o sul do estado do Amazonas, seja até mesmo de outros estados”, destaca o porta-voz do Greenpeace.
Qualidade do ar
Por conta das chuvas registradas no começo da semana, mesmo em baixo volume, Manaus apresentou alguma melhora no índice de qualidade do ar.
No entanto, a situação ainda é crítica e a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) orienta a população a evitar exposição à fumaça, bem como fechar as janelas das casas e se hidratar, bebendo bastante água durante esse período de baixa qualidade do ar.
Seca no Amazonas
O Rio Negro, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, atingiu o mais baixo nível registado em Manaus nessa segunda-feira (16). O índice chegou a 13,59 metros, superando a marca histórica, de 2010, de 13,63 metros.
Aliás, segundo a Defesa Civil do Amazonas, 50 municípios amazonenses estão em situação de emergência, e 10, em alerta.
Em resumo, a estiagem extrema tem prejudicado, principalmente as comunidades ribeirinhas, que dependem dos rios como meio de transporte e também onde buscam o sustento, tanto na pesca quanto no comércio de itens.
Ainda no começo de outrubro, a Prefeitura de Manaus decidiu antecipar o término do ano letivo das escolas ribeirinhas localizadas no Rio Negro. Segundo a Secretaria Municipal de Educação (Semed), professores e alunos enfrentavam dificuldades para chegar aos colégios.
A seca que atinge Manaus e diversos municípios amazonenses se intensificou devido ao fenômeno climático El Niño, que começou em junho. Contudo, a expectativa é de que a situação fique ainda mais crítica no início do verão, entre dezembro e janeiro.
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O que o governo está fazendo?
Frente às queimadas no Amazonas, a Prefeitura de Manaus realiza a Operação Estiagem, que atende as famílias moradoras das proximidades do Rio Negro.
Entre as ações, já foram distribuídas 6.040 cestas básicas e itens higiênicos para 59 comunidades ribeirinhas, além de 60 mil litros de água potável.
Além disso, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), defendeu que as queimadas no Amazonas não são naturais e anunciou o envio de 289 brigadistas para trabalhar no combate aos focos de calor na região.
“Não existe fogo natural na Amazônia. O fogo ou é feito propositalmente por criminosos ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos”, explica a ministra.
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