Apesar da redução frente ao ano de 2021, a parcela da população em situação de pobreza deve encerrar 2022 acima do que estava há dez anos atrás, em 2012.
Um estudo aponta que a participação das classes D/E no total de domicílios brasileiros deve fechar o ano em 50,75%. Isso representa recuo frente a 2021, mas ainda acima da metade do total e também superior aos 48,7% de 2012.
Além disso, as projeções de longo prazo demonstram que os números só devem ser melhores no ano de 2028, levando em conta a série histórica, iniciada em 1999.
A movimentação da população em situação de pobreza
O movimento da última década reflete os efeitos duradouros tanto da recessão de anos anteriores quanto dos reflexos da pandemia de Covid-19. Apesar dos programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil, o número da população em situação de pobreza não apresenta melhoras e em curto prazo não será suficiente para garantir o enxugamento desses números.
Nesse sentido, os programas de transferência de renda acabam levando uma forte dependência para as populações mais pobres, a classe D/E, como origem de sua renda.
Um estudo aponta que pouco menos da metade da renda dessa população vem diretamente do trabalho, uma outra parcela importante vem também da previdência social, com aposentadorias e o resto são destino de programas sociais como o Auxílio Brasil.
Para grau de comparação, a renda diretamente do trabalho na classe C gira em torno de 90%, enquanto que na classe A essa porcentagem cai para menos de 25%. Na classe A, a maior parte da renda da população tem origem, por exemplo, com ganhos de capital por meio de juros e dividendos.
Projeções futuras referentes à situação de pobreza
A mobilidade social para os próximos anos aparenta ser bastante reduzida, acompanhando fenômenos típicos de países que apresentam uma alta desigualdade de renda.
As projeções apontam alguma redução da parcela total dos domicílios mais pobres no total do país este ano, mas ainda assim comparado a anos atrás, o número da população em situação de pobreza é assustador.
O Brasil enfrentou dois momentos de grande dificuldade na última década e ainda em 2022 sofre com as consequências. Além disso, será preciso uma gama bem ampla de projetos por parte dos futuros políticos, a fim de combater a desigualdade entre as classes que vem aumentando a cada ano.
Atualmente, 18,02 milhões de famílias são atendidas pelo Auxílio Brasil, que paga um benefício de R$ 400 por mês e reúne diferentes políticas sociais, como benefício de primeira infância e de superação da extrema pobreza. Mas um aspecto a ser lembrado é que o valor de R$ 400 só está garantido até dezembro.