O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, reconheceu que a empresa terá que mudar sua política de preços de combustível enquanto estiver no poder. Atualmente, a empresa mantém o chamado Preço de Paridade Internacional (PPI), que segue a prática internacional no valor dos combustíveis.
Porém, com o alinhamento da Petrobras com a PPI, há espaço para que outros agentes dos mercados importem mercadorias do exterior, o que é considerado estratégico por especialistas.
Prates e teleconferência com investidores
Ao participar pela primeira vez da apresentação do desempenho financeiro e operacional da Petrobras, o presidente Jean Paul Prates teve que se equilibrar em suas falas, elogiando a gestão anterior pelo melhor desempenho da história da empresa e respondendo a difíceis perguntas, como, por exemplo, linhas estratégicas que a Petrobras deve tomar sobre o preço dos combustíveis.
De acordo com Prates, a política de preços é uma decisão do Governo e que a Petrobras pratica preços competitivos para garantir sua fatia de mercado. Além disso, o executivo disse não haver “bala de prata” para definir os preços dos combustíveis. “Não existe um preço apenas de referência para o Brasil todo”, frisou.
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Política de preços
Na entrevista coletiva, Prates disse mais de uma vez que conseguiria o melhor preço para a Petrobras e para seus clientes nas regras vigentes. Nesse sentido, ele enfatiza que fazer políticas governamentais não significa interferir na empresa.
“A Petrobras vai fazer a política de preço do produto dela para os clientes dela. Se esse extrapola para ser o preço nacional, não posso dizer”, afirmou. Além disso, Prates explicou que existem diretrizes para referenciar o Preço de Paridade Internacional (PPI) na formação de preços, mas argumentou que não seguir o PPI não significa necessariamente afastar-se da referência internacional.
“O PPI virou um dogma e não necessariamente é assim”, acrescentou Prates. “O PPI, para a Petrobras, só garante ao concorrente uma posição confortável”, concluiu o presidente da petrolífera.
Sobre o PPI
O Preço de Paridade Internacional (PPI) trata-se de uma política de preços implementada em 2016 durante o governo do ex-presidente Michel Temer. O índice é baseado nos custos de importação, que incluem transporte e taxas portuárias como a principal referência para o cálculo dos combustíveis.
Portanto, as variações do dólar e do barril de petróleo impactam diretamente nos cálculos de combustível da Petrobras devido à vinculação ao sistema internacional. Em outras palavras, o PPI faz com que a Petrobras alinhe as tarifas de combustível que cobra das distribuidoras com as tarifas das importadoras, que trazem para o Brasil o óleo que será refinado na forma de diesel e gasolina.
Dessa forma, o PPI maximiza a lucratividade da empresa que vende combustível no Brasil e permite um mercado altamente competitivo. Em suma, Prates lembrou que a Petrobras não é mais monopolista e também não é mais hegemônica em alguns mercados. “A Petrobras vai praticar o preço do mercado em que ela estiver atuando. Quem vai fazer preço de mercado é o mercado”, disse.
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