A polícia prendeu um casal suspeito de vender falsas vagas de cursos de medicina em faculdades públicas do Brasil. Apesar da prisão ter sido realizada na segunda-feira (26), a corporação só revelou detalhes do caso nesta sexta (30).
Segundo a entidade, os acusados cobravam até R$ 100 mil para alunos brasileiros que estudam no exterior e sonhavam em transferir seus cursos para o país. Alaor da Cunha Filho e Mayara Soares Pimassoni foram capturados em um condomínio de luxo em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.
Segundo a defesa de Mayara Pimassoni, a mulher negou que soubesse dos golpes. Já a defesa de Alaor anunciou que deixou o caso. De acordo com William Bretz, delegado responsável pela investigação, a fraude consistia na venda de supostas transferências para faculdades de medicina brasileiras de estudantes matriculados no exterior.
Segundo o delegado, esses alunos seriam transferidos por meio de vagas remanescentes, que nunca existiram. Até o momento, as investigações mostraram que o casal fez vítimas em cinco estados, tendo o suspeito uma extensa ficha criminal por estelionato, lesão corporal, receptação e até sequestro.
“Temos uma suspeita muito grande que, de fato, toda essa vida luxuosa advém do produto do crime. A gente conseguiu apreender dois carros avaliados em mais de R$ 700 mil”, ressaltou Bretz, que explicou que, além dos veículos, a ação também serviu para apreender diversos relógios de luxo, dinheiro em espécie, computadores e telefones.
Ao “Jornal Hoje”, da “Rede Globo”, uma mulher, que não revelou seu nome, afirmou ter sido vítima do golpe. Isso porque ela pretendia trazer a filha, que hoje mora no Paraguai, para o Brasil. Segundo ela, as negociações foram feitas com Alaor.
“Os lugares mais baratos que eu tenho hoje são em Goiânia e Minas Gerais, que eu consigo a R$ 35 mil. Tenho até de R$100 mil em São Paulo, na Universidade Federal de São Paulo [USP]”, disse Alaor em um áudio de celular divulgado pela mulher.
Conforme a vítima, ela e o golpista acabaram acordando pela vaga mais barata, a de R$ 35 mil. Depois do pagamento, a conversa mudou, e o suspeito passou a enrolá-la. “Começou a enrolar. Aí ele começou a falar: ‘aguarda um pouquinho’, ‘demora um pouquinho’, ‘deu um probleminha aqui’, ‘um probleminha ali’, e começou a enrolar muito”, desabafou a mulher, que acabou perdendo toda a quantia.