Uma operação deflagrada pela Polícia Civil, nesta segunda-feira (16), culminou na prisão de um agente da Polícia Militar (PM) reformado. De acordo com a corporação, o policial em questão é acusado de ser o chefe de uma milícia de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.
Segundo a entidade, a ação foi realizada por agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE). Conforme as informações, o policial acusado é o cabo Júlio César dos Santos Marques, que já chegou a mobilizar equipes da PM para intimidar testemunhas ao cobrar propinas de moradores e comerciantes de Nova Iguaçu.
Em nota, a Polícia Civil revelou que, ao todo, a Draco cumpriu um mandado de prisão e cinco de busca e apreensão. Além disso, dois PMs foram conduzidos para a delegacia da especializada para dar explicações sobre uma suposta participação deles na milícia.
As investigações da polícia
De acordo com a corporação, as investigações em torno das ações da milícia estão sendo realizadas há quatro meses. Neste tempo, constatou-se que a organização vem praticando atos como grilagem e posse ilegalmente de terrenos para a revenda em sua própria imobiliária, chamada Mac Consultoria.
Segundo a Polícia Civil, uma pessoa que estava sendo vítima desses crimes procurou a delegacia e denunciou o caso. Quando descobriu a denúncia, o PM preso nesta segunda (16) foi até a casa da vítima e a agrediu.
“Essa investigação teve início após uma vítima dessas extorsões procurar a Draco. Colhemos o depoimento dela e começamos apurar tudo o que ela relatou. E, de fato, constatamos o que aconteceu”, explicou Willian Medeiros Penna Júnior, delegado responsável pelas diligências.
Ainda conforme ele, a vítima em questão passou a ser extorquida em 2020, quando a milícia começou a cobrar a famosa taxa de segurança da localidade. “Ele então começou a ser retaliado porque se recusou a pagar. Até que viaturas começaram a rondar a casa dele. Policiais militares fardados invadiram a casa dele. A vítima retornou à delegacia para dizer que foi agredida após a denúncia”, detalhou o delegado.
PM cobrava taxas e mais taxas
Segundo as investigações, o PM chegava a pedir taxas até mesmo para os mototaxistas da região, que eram obrigados a pagar caso quisessem trabalhar na área.
“Identificamos um mototáxi que ele fez as extorsões. Além de um pastor que teve parte do terreno de sua igreja invadida pelo policial militar. Após as inovações, ele esquentava os documentos na sua empresa imobiliária”, completou Willian Júnior
Por fim, o delegado ainda explicou que o PM praticava os crimes com facilidade na área, visto que conseguia até pegar as viaturas para cometer vários crimes, como coagir as vítimas.
“Ele é o chefe da milícia e não sabemos a extensão, por isso estamos apurando. Temos até cinco dias para pedir a renovação da prisão por mais cinco dias ou a conclusão do inquérito”, informou o Willian Júnior, que afirmou que as investigações sobre o caso continuam.
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