Uma “organização criminosa”. É isso que afirmou a Polícia Federal (PF) ao se referir ao suposto esquema comandado por dois pastores que atuavam dentro do Ministério da Educação (MEC) durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro.
De acordo com informações que constam na decisão que autorizou a prisão do ex-ministro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Ribeiro, os suspeitos chegaram a usar contas de parentes para receber propina decorrente de negócios na pasta.
Segundo a Polícia Federal, o grupo, classificado como “organização criminosa”, montou um sofisticado esquema dentro do MEC, onde até mesmo a esposa do ex-ministro teria recebido ou cedido valores a parentes da dupla de pastores.
Conforme as investigações, os pastores não faziam parte da pasta, mas tiveram um aliado nomeado para cargo dentro do Ministério da Educação. Essa pessoa, que não teve seu nome revelado, chegou a viajar com os pastores e a participar de eventos com eles.
Além da prisão, a Justiça também decretou a quebra dos sigilos dos investigados. Segundo informações do canal “CNN Brasil”, o Ministério Público Federal (MPF) foi favorável à medida, mas sugeriu medidas cautelares, como proibição de comunicação entre os citados, como alternativa à prisão preventiva.
Renato Borelli, juiz do caso, no entanto, negou a sugestão do MPF e decretou a prisão preventiva dos acusados que, assim como publicou o Brasil123, já foi revogada. Isso porque o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), foi ao encontro da justificativa da defesa do ex-ministro.
Segundo os advogados de Milton Ribeiro, ele não poderia ser preso preventivamente porque os fatos aconteceram há meses e ele não oferece mais risco à pasta. “Como o próprio nome já indica, a prisão preventiva serve para prevenir, não para punir; serve para proteger e não para retribuir o mal porventura feito”, afirmou o desembargador.
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