A Polícia Civil instaurou um inquérito nesta terça-feira (05) com o intuito de investigar as denúncias de assédio e violência sexual que teriam sido praticados contra monges em um mosteiro de Monte Sião, em Minas Gerais, pelo padre Ernani Maria dos Reis, de 54 anos, entre os anos de 2011 e 2018.
Em nota, a entidade afirmou que mais informações serão reveladas em outro momento, com o intuito de não atrapalhar o andamento das investigações.
Na semana passada, assim como publicou o Brasil123, o promotor de Justiça Marco Antônio Meiken havia enviado ao delegado de polícia da comarca de Monte Sião um pedido para que a polícia daquela região abrisse um inquérito para investigar as denúncias contra o padre.
Conforme as denúncias contra o Ernani, as vítimas no mosteiro eram homens, todos adultos, com idades entre 20 e 43 anos. Além dessas pessoas supostamente abusadas, outras 11 também denunciaram o padre. Destas, dez são mulheres que alegam que sofreram constrangimentos e agressões verbais vindas do padre.
Igreja tinha ciência das denúncias contra o padre
Um fato grave constatado na denúncia do MP é que a Igreja Católica tinha ciência do caso, pois vítimas foram à entidade informar sobre o acontecido. Todavia, mesmo assim, o padre só foi afastado depois que ele mesmo pediu para sair do mosteiro.
Em nota, a Arquidiocese de Pouso Alegre, último local em que ele esteve como padre, revelou que o próprio padre quis a renúncia ao clero. “Ernani Maria dos Reis foi dispensado do celibato pelo papa Francisco e de todas as outras obrigações”, informou a Arquidiocese, que ainda orienta que os fiéis não procurem o religioso, que hoje mora em Franca, no interior de São Paulo, com o objetivo de solicitar sacramentos.
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